Mastite caprina: aspectos epidemiológicos e moleculares das infecções persistentes por Staphylococcus aureus e Escherichia coli

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Magna Corôa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28551
Resumo: A mastite é uma enfermide de grande importância nos ruminantes, principalmente nos animais com aptidão leiteira, causando prejuízos econômicos diretos e indiretos além de riscos à saúde dos consumidores de leite e derivados, pois esses alimentos podem veicular microrganismos patogênicos e/ou toxinas. Este estudo objetivou revisar quanto aos tratamentos para mastite caprina, identificar e caracterizar as bacterias isoladas de leite de cabras com diferentes mastites, determinar o perfil das propriedades e os fatores de risco para mastite, identificar alterações da infecção intramamária persistente por Staphylococcus aureus após o tratamento com enrofloxacina e avaliar a diversidade de Esherichia coli isolados de cabras leiteiras com mastite clínica, subclínica e persistente. Um total de 539 cabras em lactação foram examinados e 268 amostras individuais de leite (uma/teto) foram coletadas de animais positivos no teste da caneca de fundo escuro e/ou Califórnia Mastitis teste (CMT). A prevalência de mastite subclínica foi de 28,0% e da clínica, 2,8%. A multiplicação bacteriana foi obtida em 62,0% das amostras. Um total de cento e oitenta e sete bactérias foram identificadas (fenotípica e genotípica). As espécies mais isoladas foram S. aureus (60,4%), Staphylococcus epidermidis (9.1%,), Escherichia coli (6.9%), Staphylococcus saprophyticus (5.9%) e Staphylococcus caprae (4,3%). No gênero Staphylococcus predominou perfil de resistência à classe de beta-lactâmicos: penicilina, ampicilina e oxacilina, além da tetraciclina. Doze por cento dos isolados apresentaram resistência múltipla a antimicrobianos (MDR). Entre as bactérias com maior prevalência de MDR, 38,5% E. coli e 10,6% S. aureus. Os produtores são tecnificados, trabalham com raças leiteiras especializadas e possuem bom manejo. Os fatores de risco: ordenha manual, utilização de cama, baixa frequencia de limpeza dos bebedouros, intervalo entre partos menor de 12 meses. S. aureus isolado de mastite persistente após o tratamento com enrofloxacina foi encontrado somente um complexo clonal, (133) e apresentaram pulsotipos idênticos ou estreitamente relacionados, confirmando a persistencia. Nos isolados após o tratamento com enrofloxacina aumentaram a concentração inibitória mínima para enrofloxacina, ampicilina e gentamicina. Houve pouca variação na presença dos genes de resistência, entretanto para genes de sistema de efluxo multidrogas variaram consideravelmente. A presença do gene norA aumentou em 50% nos isolados obtidos após o tratamento. A resistência antimicrobiana é o fator predominante na persistência mastite caprina. Foram encontrados 15 E. coli, sendo: nove (60,0 %) de mastite subclínica, quatro (26,7 %) de clínica e dois (13,3 %) de persistente. Houve maior número de isolados apresentando resistência frente a cefatiofur, tetraciclina e cefalexina e o índice de resistência multipla ocorreu em 33,3 %, variando de 0,2 a 0, 5. E. coli obtidos de animais com mastite clínica, a CIM foi maior para tetraciclina, ampicilina e gentamicina, os obtidos de mastite persistente apresentaram valores maiores da MIC frente a tetraciclina, ampicilina, cefoperazona e ciprofloxacina, e os isolados de animais com mastite subclínica observou-se maiores MIC para tetraciclina e cefoperazona. No perfil clonal não houve associação entre o cluster e o tipo de mastite. E. coli isolados de cabras com mastite persistente possui maior capacidade de adesão e invadem as células epiteliais mamária bovina (MAC-T). São necessários mais estudos para validar a eficácia e segurança dos antimicrobianos para tratamento da mastite caprina. As propriedades da Zona da Mata de Minas Gerais os Produtores são bem instruidos e tecnificados, criam raças especializadas na produção de leite, e não possuem assistência veterinária. Staphylococcus aureus foi a bactéria mais isolada com perfil de resistência principalmente aos beta-lactâmicos. Esherichia coli foi a bacteria Gram negativa mais prevalente. Foram observadas alterações nos perfis de resistência nos isolados de S. aureus obtidos após o tratamento com enrofloxacina. Não há uma relação entre os perfis estudados de E. coli e o tipo de mastite, entretanto E. coli isolados de cabras com mastite persistente apresentou maior capacidade de adesão e invasão.