O pedido de internação compulsória para os usuários de álcool e outras drogas: a família, os serviços e os contextos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Marcela Mansur Gomides
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28078
Resumo: O uso de drogas é um grave problema de saúde pública que acarreta dificuldades em diversos setores da sociedade. Entre os anos de 2000 e 2015, houve um crescimento de 60% no número de mortes causadas diretamente pelo uso de drogas. Nas Políticas de Saúde, é possível perceber, em diferentes momentos, divergentes modos de entender a questão do usuário de álcool e de drogas. Existem discussões e propostas de ações de intervenções para tratamento dos usuários embasadas na atenção psicossocial e no modelo asilar. Na proposta psicossocial, tem-se a valorização da territorialização, com destaque para a autonomia e a reinserção social do sujeito. No modelo asilar, prioriza-se a visão do usuário de álcool e outras drogas como doente. Desse modo, a ênfase está no isolamento para o tratamento e na passividade do indivíduo. Frente a essas questões, destaca-se a procura de uma abstinência total que remete ao desejo de familiares em obter resultados por meio de pedidos de internação compulsória. Conhecer a família que busca pelo tratamento compulsório do usuário de álcool e outras drogas, entender como a mesma percebe as implicações desta modalidade de conduta bem como o perfil dos usuários pode auxiliar no apontamento de possíveis desencontros entre a realidade das famílias e os tratamentos propostos. O objetivo principal da presente pesquisa foi analisar, na perspectiva do familiar, as condições de tratamento para os usuários de álcool e outras drogas, examinando, especificamente, os motivos e as implicações do pedido de avaliação para internação compulsória. Inicialmente, foram desenvolvidas duas revisões integrativas de literatura que contribuíram para o conhecimento da temática. Em seguida, executou-se a pesquisa de campo, um estudo predominantemente qualitativo e de caráter exploratório-descritivo. Para a seleção dos participantes, recorreu-se à lista de usuários atendidos pela Rede de Atenção Psicossocial por Interferência de um Termo de Cooperação Técnica do Município de Ponte Nova e a Defensoria Pública na qual consta a identificação dos familiares destes usuários que solicitaram a intervenção junto à defensoria. Foram realizadas 12 entrevistas semiestruturadas por meio de chamadas telefônicas ou via WhatsApp devido ao contexto de pandemia do novo Coronavírus (SARS-CoV-2). A análise de dados foi realizada de maneira simultânea por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (2011) e o IRaMuTeQ, um software que possibilita analisar dados de maneira qualitativa com base em estatística textual. Foram encontradas duas categorias principais com os seguintes conteúdos: as modalidades e abordagens de tratamento aos usuários de álcool e outras drogas; e os comportamentos dos usuários nos diferentes contextos e os sentimentos dos familiares. Destacou-se a tensão na vida dos usuários e familiares frente à questão das drogas e a tendência dos últimos buscarem tratamentos que amenizem o medo e as situações conflitantes ocasionadas no contexto de uso de álcool e outras drogas. A interação entre os familiares e os usuários não se restringiu a influências e interferências desses dois sujeitos, mas sim do intercâmbio entre vários ambientes pelos quais transitavam. Percebeu-se a relevância de dispositivos que realizem um trabalho que vise para além dos sintomas do usuário e intervenham com os familiares. Palavras-chave: Família. Usuário de álcool e outras drogas. Tratamento. Internação compulsória.