As políticas de cotas para pós-graduação e a formação dos/das intelectuais negros e negras: uma análise do PPGE em educação da UFV
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33431 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.789 |
Resumo: | A presente pesquisa, desenvolvida no Programas de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa MG, buscou conhecer o percurso formativo de discentes negros/negras que chegaram ao programa a partir da introdução da política de cotas para estudantes negros na pós-graduação. A pesquisa teve como objetivo estudar as desigualdades raciais e o acesso via políticas de cotas ao Programa de Pós - graduação em Educação- PPGE/UFV; Analisar as políticas de ações afirmativas voltadas para a população negra na pós-graduação em Educação da UFV- MG e, descrever as razões e necessidades de sua implementação; Discutir os regulamentos e aspectos da implementação das ações afirmativas na Pós graduação no âmbito do sistema educacional brasileiro; analisar as desigualdades das populações negras no acesso à formação em pós-graduação e as consequências para a formação intelectual desses grupos no Brasil. Assim sendo, analisou-se o espaço da pós-graduação no enfrentamento dos padrões hegemônicos existentes nas relações raciais no espaço universitário. No entanto, por hegemonia compreende-se todas as formas de relações de consenso e coerção entre o Estado e a sociedade civil (Gramsci, 2002). Entendemos que essas ações interferem de maneira objetiva na formação dos discente e docentes negros, incidindo em sua autonomia, liberdade, dignidade, autoestima e visibilidade e representação social. As condições de afastamento dos espaços formais de formação os colocam à margem do direito à educação. Reconhecemos a diversidade dos sistemas de controle e condicionamentos que reforçam e lançam sobre os grupos subalternos mecanismos que bloqueiam direitos e processos de lutas emancipatórias. Assim sendo, esta pesquisa justificou-se pelos reduzidos números de discentes negros neste espaço, além de denunciar as múltiplas facetas nas quais o racismo, preconceito e a discriminação racial que enviesam as trajetórias profissionais, tanto no âmbito institucional quanto nas relações interpessoais. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi de natureza qualitativa mediante a realização de entrevistas semiestruturadas junto aos estudantes negros e membros da comissão de heteroidentificação da UFV. Os critérios utilizados para selecionar os entrevistados foram os mesmo estabelecidos pelo sistema de heteroidentificação instituída pela resolução CEPE/UFV, nº 10/2018 para entrada dos candidatos negros na graduação. A análise dos sujeitos pesquisados deu foco aos que ingressaram no PPGE/UFV desde 2018, período de vigência da comissão de validação. As entrevistas foram divididas em três etapas: perfil identitário; dados socioeconômicos e história de vida. Os dados coletados apontam como a inserção das políticas de cotas na pós-graduação indica a possibilidade de avanços rumo a democratização do espaço acadêmico com o ingresso de estudantes negros. Isto poderá promover um enriquecimento dos conhecimentos produzidos neste espaço. Na UFV, em específico o PPGE necessita-se de melhorias no texto lei das políticas de ações afirmativas no contexto de identidade de gênero. As comissões de heteroidentificação atua como controladores das ações afirmativas na pós graduação não invalida as autoidentificações raciais. Ademais, espera se com essa pesquisa mobilizar reflexões quanto aos limites e possibilidades da produção de conhecimentos construídas por intelectuais negros no campo cultural e acadêmico. Palavras-chave: educação; formação intelectual; políticas de cotas; pós-graduação; docentes e discentes negros. |