Características de híbridos isogênicos de milho cultivados sob condições de estresses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lemos, João Paulo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6278
Resumo: Modificações genéticas em plantas visando redução de perdas por estresses bióticos e abióticos poderão proporcionar nas plantas modificadas respostas diferentes na alocação de recursos naturais. A fim de testar essa hipótese, realizou-se esta pesquisa com o objetivo de avaliar o desempenho fotossintético de cultivares isogênicas de milho (Bt e não-Bt), cultivadas em condições ótimas e de estresses bióticos e abióticos. Os experimentos foram realizados em esquema fatorial 3 x 2 x 2, no delineamento de blocos casualizados com cinco repetições. O primeiro fator foi constituído por três híbridos de milho (AGROMEN 30A95, DOW 2B707 e BG 7049); o segundo, por dois tipos de cada híbrido utilizado: transgênicos com um evento - Bt (AGROMEN 30A95Hx, DOW 2B707Hx e BG 7049Y) e os convencionais (AGROMEN 30A95, DOW 2B707 e BG 7049); e o terceiro foi o cultivo de milho na presença ou não do déficit hídrico (60% e 100% da capacidade de campo, respectivamente). Foram realizados dois experimentos: no primeiro, avaliaram-se as cultivares isogênicas sob condições ótimas e de limitação hídrica; e, no segundo, esses materiais foram cultivados nessas condições em competição com plantas de Bidens pilosa. A primeira limitação hídrica foi aplicada em plantas nos estádios de desenvolvimento V6 a V9, e a segunda, no estádio R1, com duração de 21 e 7 dias, respectivamente. Em cada experimento, foram feitas avaliações fisiológicas em dois períodos. No primeiro, as plantas de milho estavam sob deficiência hídrica e apresentavam de oito a nove folhas completamente expandidas [estádio V8-V9 – 41 dias após a emergência (DAE)]. No segundo período, as plantas apresentavam-se no estádio de florescimento (estádio R1 – 60 DAE), antes da imposição da segunda limitação hídrica. A avaliação morfológica das plantas de milho e de B. pilosa foi realizada ao final do experimento (estádio R3 – grãos leitosos). Verificou-se que no estádio V9 as cultivares transgênicas (Bt) apresentaram menor teor de clorofilas em relação às convencionais (não-Bt), em condições de deficiência hídrica. Também ocorreu redução no teor de clorofilas do milho transgênico (Bt) sob condições de limitação hídrica. Quando do cultivo do milho em competição com plantas de B. pilosa, independentemente da condição hídrica, cultivares transgênicas (Bt) mostraram desempenho inferior ao das isogênicas (não-Bt). Nessa condição, houve reduções nas variáveis taxa fotossintética líquida (A), transpiração (E) e condutância estomática (gs), com aumento da razão Ci/Ca. Cultivares isogênicas de milho (Bt e não- Bt) em competição com B. pilosa não apresentaram diferenças nas características avaliadas. Contudo, em condições de limitação hídrica verificou-se aumento da altura de plantas e do número de dias entre o florescimento masculino e o feminino em milho Bt em relação ao não-Bt. Em competição com B. pilosa, independentemente da condição hídrica, ocorreu aumento do intervalo entre florescimento masculino e feminino em plantas de milho com o gene Bt, em comparação ao não-Bt. A redução da disponibilidade de água resultou em menor acúmulo de massa da matéria seca total em ambas as cultivares isogênicas (Bt e não-Bt), porém somente na presença do gene Bt houve redução na massa da matéria seca da espiga e do pendão. O comportamento morfológico de plantas de B. pilosa não foi alterado por cultivares isogênicas de milho em condição de déficit hídrico. Concluiu-se que existem diferenças entre os isogênicos de milho (Bt e não-Bt) quanto ao desempenho morfológico e fotossintético quando cultivados sob estresses. Entretanto, novos estudos específicos devem ser realizados para confirmar se o desempenho desses materiais, quando submetidos a condições de estresses bióticos e abióticos em campo, irá afetar negativamente a produtividade do milho.