Diferenças na morfologia e fisiologia renal de morcegos frugívoros e hematófagos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Linhares, Bárbara Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28211
Resumo: Os morcegos (Ordem Chiroptera) desenvolveram diferentes estratégias para a alimentação, que variam de acordo com o hábito alimentar. Além de adaptações morfológicas há alterações que parecem ocorrer primariamente em função da dieta. A dieta de sangue de morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) na fase adulta parece impor um desafio aos rins, em função da excreção aumentada da proteína ingerida. D. rotundus ingere preferencialmente sangue de bovinos, que possui um conteúdo de 90% de proteína, portanto sua dieta é considerada uma dieta hiperproteica (HP), contrastando com a dieta ingerida por Artibeus lituratus, uma espécie predominantemente frugívora. Os morcegos vampiros parecem sobreviver graças a adaptações metabólicas, que devem incluir o tecido renal, já que a excreção aumentada de proteínas deve ser facilitada nesta espécie. O objetivo desse estudo foi analisar as adaptações morfológicas renais, testar a capacidade antioxidante dos rins e avaliar a concentração do hormônio antidiurético (ADH) no plasma de indivíduos adultos de A. lituratus e D. rotundus. Foram utilizados 8 adultos machos de cada espécie, coletados em regiões onde as espécies são comumente encontradas. Os animais foram encaminhados ao Laboratório de Ecofisiologia de Quirópteros, no Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de Viçosa para eutanásia e retirada de tecidos. O plasma sanguíneo foi utilizado para dosar o ADH, e os rins foram parte processados e destinados a morfometria e estereologia, avaliando a área glomerular (AG), o índice renal somático (IRS) e o índice medula-córtex (IMC), e as densidades volumétricas de glomérulos (VvG) e túbulos (VvT). A outra parte dos órgãos foi mantida a -80oC e destinada para análises de capacidade antioxidante, avaliando a presença de espécies reativas como o óxido nítrico (NO), peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) e o poder antioxidante de redução do ferro (FRAP), as atividades das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa-S-transferase (GST), e a presença de marcadores do estresse oxidativo como o malondialdeído (MDA) e a proteína carbonilada (PC), além da dosagem de proteína total (PT). Os dados histológicos foram submetidos ao teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov, e para as análises de capacidade antioxidante e da dosagem hormonal utilizamos o teste de normalidade Shapiro-Wilk. Todos os dados foram submetidos ao teste t para comparação de médias utilizando o software GraphPad Prism 6.0. Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão (DP) e o nível de significância foi estabelecido em 5%. A AG, a VvG, o IRS e os valores obtidos para a atividade da GST, produção de MDA e NO, e FRAP foram maiores para a espécie hematófaga em comparação à espécie frugívora. Apenas as atividades de CAT e SOD foram maiores para A. lituratus. O IMC, a VvT, os valores de PC e H 2 O 2 , e a dosagem da concentração plasmática de ADH não foram diferentes entre as espécies. As adaptações desenvolvidas pela espécie hematófaga se destacaram em relação às adaptações desenvolvidas pela espécie frugívora. Interessante citar que nenhum outro mamífero de tamanho semelhante aos morcegos hematófagos é capaz de lidar com a alta carga proteica ingerida por esses animais sem consequentes injúrias renais. Palavras-chave: Desmodus rotundus. Artibeus lituratus. Morfologia renal. Morfofisiologia. ADH. Perfil oxidativo.