Efeito da chia (Salvia hispanica L.) na biodisponibilidade de cálcio e na saúde óssea e cardiovascular de ratas ovariectomizadas alimentadas com dieta hiperlipídica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mishima, Marcella Duarte Villas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27792
Resumo: A redução da produção de estrogênio que ocorre na fase de pós-menopausa é associada ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como a osteoporose e doenças cardiovasculares. O desequilíbrio nas atividades das células ósseas leva a anormalidades esqueléticas como a perda óssea, que pode ocorrer devido a fatores como alterações hormonais e inflamação. Esse período também se relaciona à dislipidemia, inflamação, aumento nas medidas de gordura central e defesas antioxidantes reduzidas, que são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O consumo de alimentos ricos em nutrientes e compostos bioativos pode proteger o organismo dessas alterações metabólicas. A semente de chia (Salvia hispanica L.) apresenta elevado valor nutricional, e é uma excelente fonte de cálcio. Sua composição de lipídios e peptídeos tem demonstrado ação cardioprotetora. O objetivo deste estudo foi avaliar a biodisponibilidade de cálcio da chia, seu efeito na remodelagem óssea, e na biometria, estresse oxidativo, conteúdo de minerais e enzimas ATPases do coração, quando consumida como parte de uma dieta padrão ou dieta hiperlipídica em ratas ovariectomizadas ou não. O estudo foi conduzido com 80 ratas fêmeas linhagem Wistar, que receberam dieta padrão ou dieta hiperlipídica por 18 semanas. Durante as primeiras 7 semanas os animais receberam dieta padrão ou hiperlipídica (HFD), em seguida, 40 ratas foram ovariectomizadas (OVX) e 40 ratas sofreram a cirurgia sem a retirada do órgão (SHAM). Após recuperação da cirurgia (3 semanas) os animais foram alocados em 8 grupos (n=10) e receberam as seguintes dietas: padrão, padrão+chia, HFD ou HFD+chia, para os grupos OVX e SHAM. Durante 8 semanas a farinha de chia foi utilizada como fonte de 20% da recomendação de cálcio. Os efeitos da ingestão de farinha de chia na biodisponibilidade de cálcio foram mensurados por meio da técnica de balanço de cálcio. Foram avaliadas a resistência óssea e a morfometria óssea por meio de medidas de peso, comprimento e microtomografia. O coração dos animais foi avaliado em relação a dados biométricos, estresse oxidativo, conteúdo mineral e atividade das enzimas ATPases. O consumo de uma dieta hiperlipídica resultou em maior cálcio sérico e menor retenção de cálcio. A farinha de chia apresentou biodisponibilidade de cálcio comparável ao carbonato de cálcio nos animais SHAM. A ovariectomia diminuiu o percentual de volume ósseo e a espessura trabecular e aumentou a separação trabecular e porosidade, e quando foi associada à dieta hiperlipídica, aumentou o peso final dos animais, o perímetro da cintura, o IMC (índice de massa corporal) e a adiposidade. A dieta hiperlipídica no grupo OVX aumentou a hipertrofia cardíaca, óxido nítrico, e a concentração de K e diminuiu a atividade da Na+/K+ATPase. A ovariectomia associada a dieta hiperlipídica diminuiu a atividade de catalase, a concentração de Mg, Cu e Zn e a atividade de ATPase total, Na+/K+ATPase e Mg2+ATPase, e ainda aumentou óxido nítrico, e a concentração de Ca, K, Fe e Mn no coração. O grupo SHAM alimentado com chia apresentou menor conteúdo de gordura no coração, no grupo OVX alimentado com HFD a chia aumentou a atividade de superóxido dismutase, diminuiu o óxido nítrico e manteve o conteúdo de minerais e enzimas ATPase no coração. Assim, a chia manteve a saúde óssea e apresentou biodisponibilidade de cálcio comparável à uma fonte padrão de cálcio, quando oferecida como fonte de 20% de cálcio em uma dieta que atendeu a 100% da recomendação do mineral para roedores, independentemente do tipo de dieta, em animais adultos não ovariectomizados. A chia também melhorou os parâmetros biométricos do coração, a atividade antioxidante e manteve o conteúdo de minerais e enzimas ATPase, evidenciando uma ação cardioprotetora, mas sem reverter os efeitos deletérios da ovariectomia. Palavras-chave: Remodelagem-óssea. Biodisponibilidade-de-cálcio. Doença-cardiovascular. Ovariectomia. Minerais.