Constituição química de exsudações, anatomia, morfometria e quantificação de orifícios escarificados em Anadenanthera peregrina var. peregrina por grupos de híbridos de Callithrix spp. (Mammalia, Primates) em fragmentos urbanos de Mata Atlântica
Ano de defesa: | 2013 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Biologia e Manejo animal Mestrado em Biologia Animal UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2268 |
Resumo: | Espécies do gênero Callithrix possuem dieta variada, alimentando-se notadamente de exsudatos vegetais. A exploração desse recurso alimentar ocorre por meio de orifícios feitos na casca das árvores com a dentição especializada que alcança os ductos de goma dos tecidos vegetais responsáveis pela secreção. As espécies de gênero Anadenanthera são frequentemente utilizadas por Callithrix para obtenção de secreção como recurso alimentar. Este estudo teve como objetivo caracterizar a constituição química do exsudato, a anatomia, a histoquímica, a morfometria e a topografia dos orifícios escarificados de Anadenanthera peregrina var. peregrina (angico- vermelho). O conjunto das análises serviram para buscar respostas sobre as pressões proximais ou distantes que possam estar influenciando a exsudativoria de saguis. O estudo foi realizado em árvores exploradas por cinco grupos de saguis híbridos C. penicillata x C. jacchus (Jacpen) e C. penicillata x C. geoffroyi (Geopen) presentes em fragmentos florestais urbanos no município de Viçosa, MG. As amostras da goma e de cascas de angico- vermelho, não injuriadas e injuriadas pelos saguis, foram submetidas às técnicas histológicas de anatomia vegetal para obtenção do laminário permanente e a testes histoquímicos e determinação da constituição da goma. Foi observada a formação de ductos traumáticos em resposta a injúrias em conjunto com ductos secretores que ocorrem naturalmente na casca. Nos testes histoquímicos, a secreção reagiu positivamente para polissacarídeos totais, pectinas, mucilagens e proteínas totais. A análise química determinou 41% de água, 11% carboidrato solúvel, 27,2 % carboidrato insolúvel, 19% de proteínas, além dos minerais essenciais, destacando-se uma elevada concentração de cálcio. Esta constituição da goma sugere que os saguis possam se beneficiar de ingestão de carboidratos com metabolização imediata e lenta além de uma dieta proteica. Nos 39 angicos-vermelhos, se contabilizou 8.765 orifícios, sendo 11% no fuste e 89% na copa. A copa externa, em relação à copa média e a copa interna, é a área preferencial de uso para a exploração de gomas, sugerindo a preferência por ramos mais finos. Observou-se uma correlação moderada a fraca entre a intensidade de exploração com o DAP e altura, respectivamente. A exploração de árvores de goma com DAP diferentes parece seguir um ciclo. Os orifícios ativos não apresentaram um padrão morfométrico por árvore, nem um padrão para os cinco grupos de saguis. Verificou-se que os orifícios feitos por grupos Geopen possuem áreas substancialmente maiores em relação aos orifícios feitos pelos grupos Jacpen, sugerindo um fator hereditário na exploração de gomas. A espessura dos ramos da copa foi a variável que explicou um padrão de exploração de exsudatos pelos saguis. O angico-vermelho é uma espécie fornecedora de recurso alimentar para saguis híbridos (Callithrix spp.) sugerindo preferência de exploração apical, onde a espessura, a localização e a idade dos ramos foram as principais características desta zona da árvore envolvida no processo de aquisição de gomas. Aprendizado e fatores hereditários dos saguis parecem ser também influentes para configurar o tamanho dos orifícios explorados. |