Fisiologia, bioquímica e anatomia de sementes de Melanoxylon brauna Schott. (Fabaceae) germinadas em diferentes temperaturas
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de Doutorado em Ciência Florestal UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/607 |
Resumo: | As sementes germinam quando as condições ambientais são favoráveis para o crescimento do embrião e não apresentam nenhum tipo de dormência. Dentre os fatores que afetam o processo germinativo, a temperatura assume papel de destaque, na medida em que determina a capacidade e taxa de germinação das sementes, afetando a velocidade de absorção de água e as reações bioquímicas que governam o processo germinativo. Considerando-se que a temperatura é fator imprescindível para o adequado desenvolvimento da germinação, o objetivo neste trabalho foi estudar alterações fisiológicas, bioquímicas e anatômicas associadas à germinação de sementes de Melanoxylon brauna em diferentes temperaturas. Para tanto, os experimentos foram conduzidos nos Laboratórios de Análise de Sementes Florestais e de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa - UFV. Foram utilizadas neste trabalho sementes de M. brauna colhidas em dois anos distintos, 2010 e 2012, as quais constituíram os lotes I e II. Inicialmente, foi feito um estudo com o objetivo de avaliar a influência da quantidade de sementes, volume de água e tempo de embebição no teste de condutividade elétrica em sementes da espécie, visando o estabelecimento de metodologia específica para avaliação do vigor destas sementes. Foram utilizadas sementes pertencentes aos dois lotes, sendo testadas as combinações de 25, 50 e 75 sementes, em volumes de 25, 50 e 75 mL de água destilada, nos tempos 24, 48 e 72 horas de embebição. Para os capítulos 2, 3 e 4, foram utilizadas apenas sementes pertencentes ao lote II, coletadas em 2012, as quais foram colocadas para embeber às temperaturas constantes de 10, 25, 30 e 40 oC. No segundo capítulo, foram medidas a porcentagem, velocidade e tempo médio de germinação das sementes em cada temperatura, e a capacidade de reversão das sementes quando transferidas para a temperatura de 25 oC após exposição às temperaturas de 10 e 40 oC. Foram avaliadas também as alterações biométricas nas temperaturas constantes de 10, 25, 30 e 40 oC, por meio das análises do teor de água, massa fresca, comprimento, largura e espessura das sementes, e comprimento e massa fresca dos eixos embrionários. No terceiro capítulo foi estudada a mobilização de substâncias de reserva nos cotilédones de sementes de M. brauna durante a germinação nas diferentes temperaturas, sendo quantificadas as concentrações de lipídios, açúcares solúveis, amido e proteínas solúveis e as atividades das enzimas α-amilase, β-amilase e glicose-6-fosfato desidrogenase. No quarto capítulo foram abordadas as alterações histoquímicas e estruturais em cotilédones e eixos embrionários de sementes de M. brauna durante a germinação nas temperaturas 10, 25, 30 e 40 oC. Pelos resultados pode-se observar que a metodologia mais adequada foi a condução do teste de condutividade elétrica no tempo de 48 horas de embebição, com 50 sementes e 50 mL de água. Em relação à germinação, as maiores médias foram observadas nas sementes de M. brauna nas temperaturas de 25 e 30 oC, com valores de 93 e 98%, respectivamente, enquanto nas temperaturas de 10 e 40 oC a germinação foi de 5%. A embebição das sementes a 10 e 40 oC com posterior retorno à 25 oC resultou em acréscimos na germinação em relação às temperaturas extremas, em todos os tempos estudados. As alterações nas reservas de carboidratos solúveis nos cotilédones foram as que apresentaram maiores evidências de decréscimo durante o período germinativo de sementes de Melanoxylon brauna, principalmente nas temperaturas de 25 e 30 oC, onde a atividade das enzimas α-amilase, β-amilase e glicose-6-fosfato desidrogenase aumenta com a embebição das sementes, gerando substrato para a respiração e formação de estruturas de carbono para o crescimento. As proteínas decrescem significativamente no início do período pós germinativo, à temperatura de 30 °C. Às temperaturas 10 e 40 °C, acima e abaixo da faixa ótima de germinação para a espécie, a atividade das enzimas α- amilase, β-amilase e glicose-6-fosfato desidrogenase é reduzida, prejudicando o desenvolvimento adequado do processo germinativo. Anatomicamente, foi possível visualizar que as reservas lipídicas mantiveram-se constantes no período estudado, sendo responsáveis pela manutenção da plântula após o início do crescimento. Em consequência, foi observada formação de grão de amido nas sementes após protrusão da raiz primária na temperatura de 30 °C, resultados coerentes com as informações levantadas quanto à atividade enzimática e de germinação das sementes nesta temperatura. A análise estrutural comprova a presença de células vacuoladas, alongadas, justapostas e com intensa atividade celular após início da embebição das sementes. |