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Do macro ao micro: o papel do fogo e da testosterona na ecologia de Geositta poeciloptera, ave ameaçada do Cerrado brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Teixeira, João Paulo Gusmão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11625
Resumo: Os campos naturais compreendem apenas quatro por cento da área total do Cerrado, o que causa preocupação quanto à conservação deste habitat. Muitas áreas de campos naturais foram perdidas por causa da exagerada proteção contra o fogo natural ou práticas antrópicas culturalmente adotadas. Neste estudo, buscamos compreender a ecologia e biologia de Geositta poeciloptera, uma ave ameaçada e endêmica dos campos naturais do Cerrado. Um primeiro objetivo foi avaliar a presença de G. poeciloptera em função do fogo. Para isso, plotados pontos de ocorrência da ave plotados em uma matriz de tempo desde a última queimada em uma área dos Campos Naturais do Alto Rio Grande. Esta matriz foi construída utilizando imagens de 32 anos (1982-2015) e classificando-as em áreas queimadas e não queimadas. A relação foi acessada utilizando um modelo linear generalizado (GLM) com distribuição Poisson, corrigida pela binomial negativa e os resultados indicam que a presença da ave é relacionada a um tempo desde a última queimada de cinco anos ou menos. G. poeciloptera é uma ave que defende território durante o período reprodutivo, porém a intensidade deste comportamento varia ao longo da estação. Um segundo objetivo do estudo foi acessar a relação entre o comportamento territorial da ave e sua relação com o hormônio testosterona (T), que influencia o comportamento territorial, o esforço parental e outras características sexuais secundárias de diversas espécies. Em regiões tropicais, os efeitos da T no comportamento das aves precisam ser mais bem estudados. Buscou-se compreender a relação entre a dosagem de T sérica e vários fatores da biologia da ave, como a diferença da concentração entre machos no período reprodutivo e não reprodutivo, a diferença da concentração entre machos e fêmeas, a influência da T na agressividade e a relação entre a dosagem de T dos machos e o dia de postura do ovo pela fêmea. Utilizou-se um teste Mann-Whitney unilateral para duas médias independentes para fazer a relação testosterona x temporada (para machos e fêmeas) e testosterona x sexo. Para relação testosterona x agressividade, utilizou-se um GLM com distribuição binomial. Por fim, para a relação entre dosagem de testosterona e o dia de postura da ave, utilizou-se um modelo exponencial, no objetivo de testar a hipótese de que antes do dia de postura a ave teria maior quantidade de testosterona e essa quantidade iria progressivamente cair após a postura. Os resultados indicam que a ave possui maior quantidade de testosterona no período reprodutivo e nos machos do que no período não reprodutivo e nas fêmeas, respectivamente. A concentração de testosterona dos machos e fêmeas foi comparativamente elevada (respectivamente, média de 3,20 ng/ml e 1.93 ng/ml), padrão similar ao que ocorre em aves da região temperada. Além disto, a dosagem de testosterona teve relação com o dia da postura do ovo. Antes os machos das aves apresentam maiores níveis, visto que estão em busca ou protegendo territórios, depois da postura e com o início do cuidado parental, os níveis de testosterona baixam, implicando em menor agressividade.