Preferência e performance de Plutella xylostella em relação às características bromatológicas e idade foliar de brassicáceas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Moreira, Lílian Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Bioquímica e Biologia molecular de plantas; Bioquímica e Biologia molecular animal
Doutorado em Bioquímica Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/317
Resumo: Características físicas e químicas das plantas hospedeiras podem modular a história de vida e a abundância de insetos herbívoros, pois as defesas qualitativas, quantitativas e o conteúdo nutricional variam com o desenvolvimento da planta. Embora plantas e folhas mais jovens apresentem maiores concentrações de compostos químicos de defesa, insetos especialistas apresentam preferência alimentar por esses tecidos vegetais, pois estes são mais ricos em compostos nitrogenados, água e nutrientes. Plutella xylostella, também chamada de traça das crucíferas, é um inseto cosmopolita, especialista em plantas da família Brassicaceae que se caracterizam por apresentar os glicosinolatos como metabólito secundário de defesa. Nesse sentido, os objetivos desse trabalho foram avaliar: (i) se o envelhecimento foliar afeta a performance e a preferência alimentar e de oviposição de P. xylostella; (ii) quais as características químicas da planta variam com seu envelhecimento e afetam o desenvolvimento do inseto. Para esse fim, P. xylostella, foi alimentada com folhas de três classes etárias (novas, maduras e senescentes) de quatro espécies de brássicas: couve (Brassica oleracea var. acephala), couve-flor (B. oleracea var. botrytis), mostarda (B. juncea) e rabanete (Raphanus sativus). Todos os parâmetros avaliados da história de vida do inseto foram afetados pelo envelhecimento foliar das plantas hospedeiras. Foi verificada redução no percentual de sobrevivência das larvas de primeiro instar e da fase imatura, aumento da duração da fase larval, redução no sucesso reprodutivo e no potencial de crescimento populacional. Os valores encontrados para fecundidade diferiram estatisticamente para mostarda e rabanete, e decresceram com o envelhecimento foliar. Não houve diferença significativa para couve e couve-flor. Em testes de múltipla escolha, larvas de segundo instar preferiram se alimentar em folhas novas. Por outro lado, mariposas adultas não apresentaram o mesmo padrão para oviposição. Em couve e couve-flor, as mariposas depositaram seus ovos nas folhas de pior qualidade e, em mostarda e rabanete, estas apresentaram resposta oposta, ovipositando em folhas de melhor qualidade. Quanto às características químicas das plantas, observou-se que as concentrações de proteína total e de proteína indisponível diminuíram com o envelhecimento foliar. O conteúdo de fibra em detergente neutro, hemicelulose, matéria mineral e carboidratos totais foram diretamente proporcionais à idade das folhas. O envelhecimento foliar afetou negativamente a performance de P. xylostella podendo estar correlacionado à escolha das lagartas de primeiro instar e à qualidade das plantas. Contudo, não há uma correlação geral entre envelhecimento foliar e preferência de oviposição, o que poderia ser explicado por fatores adicionais, como microclima ou locais livres do ataque de inimigos naturais.