Fotossensibilização em ovinos submetidos ao pastejo em Urochloa decumbens em monocultivo ou sistema silvipastoril

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lelis, Daiana Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21003
Resumo: A Urochloa decumbens (sinonímia: Brachiaria decumbens) é uma gramínea que pode ser tóxica aos animais em pastejo, principalmente aos ovinos. A intoxicação é associada com a ingestão de um metabólito secundário das plantas, uma saponina esteroidal, a protodioscina. Uma vez metabolizadas no trato digestivo, as saponinas se associam com íons cálcio, formando sais insolúveis, que podem obstruir as vias biliares interferindo no metabolismo dos hepatócitos. Essas alterações hepáticas interferem na eliminação de um composto fotoativo derivado da clorofila, a filoeritrina, que acumula na corrente sanguínea e posteriormente nos tecidos da pele, e por meio da ação dos raios solares, gera intensa inflamação, caracterizando a fotossensibilização. Assim, o trabalho consistiu na avaliação da fotossensibilização em ovinos submetidos ao pastejo em Urochloa decumbens cv. Basilisk em sistema silvipastoril (capim-braquiária e eucalipto) ou em monocultivo do capim-braquiária (a pleno sol), durante 60 dias. Nossas hipóteses foram que a sombra proporcionada pelas árvores no sistema silvipastoril previne ou ameniza os sintomas clássicos de fotossensibilização em ovinos em pastejo e afeta a concentração da saponina protodioscina no capim-braquiária. Foram utilizados 20 ovinos mestiços (Dorper x Santa Inês) não adaptados ao pastejo de capim-braquiária, com idade média de quatro meses, distribuídos em um delineamento em blocos casualizados, com dois blocos e cinco animais por bloco, totalizando 10 repetições por tratamento. Foram avaliados a concentração de saponina protodioscina no capim-braquiária, o consumo de saponina, indicadores séricos bioquímicos, histopatologia hepática, bem como os sintomas clínicos apresentados pelos animais. A concentração média de saponina protodioscina encontrada no capim-braquiária foi de 1,37% e 0,98% na pastagem em monocultivo e em sistema silvipastoril respectivamente. Tanto os animais mantidos em sistema silvipastoril quanto os animais que permaneceram no monocultivo do capim-braquiária apresentaram sintomas clínicos, alterações no fígado, elevações das enzimas gama-glutamiltransferase (GGT) e da aspartato aminotransferase (AST) e aumento dos níveis séricos de bilirrubinas ao longo do período experimental. Embora o teor de saponina protodioscina na U. decumbens em sistema silvipastoril tenha sido menor do que no monocultivo, foi suficiente para causar fotossensibilização secundária nos animais. O sombreamento natural proporcionado pelo sistema silvipastoril não previne ou ameniza os sintomas de fotossensibilização em ovinos jovens não adaptados ao pastejo em Urochloa decumbens.