Migração de plastificantes e avaliação de propriedades mecânicas de filmes de poli(cloreto de vinila) para alimentos

• Ano de defesa: 2007
• Autor(a) principal: Melo, Nathalia Ramos de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa; BR; Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos; Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos; UFV
• Palavras-chave em Português: Migração; Plastificante; PVC (Cloreto de polivinilo); Simulantes; Migration; Plasticizers; Poly(vinyl chloride); Simulants; CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::CIENCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS::TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
• Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/512

A migração de compostos da embalagem pode comprometer as propriedades química e mecânica do material, além da possibilidade de acarretar conseqüências toxicológicas ao consumidor. O presente trabalho teve por finalidade avaliar a migração dos plastificantes ftalato de di-(2-etil-hexila) (DEHP), adipato de di-(2-etil-hexila) (DEHA) e citrato de acetil-tribulila (ATBC) utilizados na produção de filmes de poli (cloreto de vinila) (PVC) para estarem em contato com alimentos. Foram selecionados dois filmes (10 μm), um adquirido no mercado brasileiro contendo DEHA e DEHP e outro no mercado europeu contendo DEHA e ATBC. Os testes de migração foram conduzidos utilizando os simulantes de alimentos etanol 95%, isoctano e água e os alimentos queijo mussarela e presunto. A migração dos plastificantes para os diferentes simulantes, foi realizada imergindo 12 cm2 dos filmes em 20 mL dos simulantes, mantidos vedados e armazenados a 5±1°C e 20±2°C. A migração para os alimentos foi avaliada após colocar a superfície de uma fatia do alimento (10 g e 45,5 cm2), em contato com o filme e armazená-la a 5±1°C. Análises foram realizadas nos tempos 1, 5, 10 e 15 dias. O teor de plastificante migrado foi quantificado por cromatografia gasosa com detecção de massa e os ensaios mecânicos realizados utilizando o Aparelho Universal de Teste - Instron. Os plastificantes apresentaram maior tendência a migração à temperatura de 20°C. Os plastificantes DEHA e DEHP migraram em maior concentração para o queijo que para o presunto. O mesmo não ocorreu com o ATBC que apresentou o mesmo comportamento em ambos os alimentos. Os simulantes etanol 95% e isoctano apresentaram maior expressividade quanto à migração dos plastificantes em relação a água, sendo então os indicados para avaliação da migração em simulação ao queijo e presunto. As concentrações dos plastificantes migradas (mg.dm-2) para os simulantes, comparadas com os Limites de Migração Específica (LME) indicaram que o filme de PVC brasileiro não está adequado à utilização em contato com queijo mussarela e presunto, pois, apesar de ter apresentado concentrações migradas do DEHP dentro dos limites legislados, a migração de DEHA excedeu o LME determinado. O filme de PVC europeu apresentou todos os valores de migração dentro do regulamentado e, portanto, está adequado à utilização em contato com queijo mussarela e presunto. Quando os filmes estiveram em contato com os alimentos os teores de plastificantes migrados (mg.kg-1) apresentaram concentrações acima do LME, com exceção do DEHP presente no filme brasileiro, quando em contato com queijo e presunto, e do DEHA do filme europeu em contato com o presunto. Foram observadas alterações nas propriedades mecânicas dos filmes de PVC após contato com os simulantes e os alimentos, tendo-se um aumento da carga máxima na ruptura e diminuição no alongamento na maioria dos casos avaliados. As alterações mecânicas foram mais acentuadas quando os filmes estiveram em contato com os simulantes etanol 95% e isoctano, devido à maior perda de plastificantes nestes simulantes. Assim, pode-se concluir que a migração dos plastificantes para os alimentos ocorreu, na maioria dos casos, acima do LME, contribuindo para a ingestão desses aditivos pelos consumidores. Adicionalmente, ocorreram alterações nas propriedades mecânicas dos filmes durante o período de estocagem dos produtos.