Supressão da murcha-vascular do feijoeiro por microrganismos antagonistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Maia, Cláudio Belmino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10174
Resumo: O presente trabalho objetivou investigar o potencial de uso do controle biológico no patossistema F. oxysporum f. sp. phaseoli e feijão a partir das seguintes etapas: 1-Selecionar um isolado de F. oxysporum não-patogênico (FO), um isolado de Trichoderma sp. (TR) e outro de Pseudomonas fluorescentes (PF) mais competentes e com alta competitividade rizosférica. 2-Estudar o efeito do tratamento de sementes de feijão com isolados selecionados de Pseudomonas fluorescentes, no desenvolvimento da murcha-vascular. 3-Estudar a relação entre a densidade de inóculo de F. oxysporum f. sp. phaseoli e de F. oxysporum não- patogênicos adicionada no solo para supressão da forma patogênica. 4-Estudar, em solo infestado com F. oxysporum f. sp. phaseoli, o efeito combinado de sementes de feijão tratadas com a bactéria e plantadas em solo infestado com F. oxysporum não-patogênico em casa de vegetação, no desenvolvimento da murcha-vascular. 5-Estudar, em solo infestado com F. oxysporum f. sp. phaseoli, o efeito combinado de sementes de feijão tratadas ou não-tratadas com a bactéria e plantadas em solo infestado com F. oxysporum não-patogênico ou Trichoderma sp. e o efeito de cada potencial antagonista sozinho, no campo, no desenvolvimento da murcha-vascular. Foram testados três isolados de FO, 11 de TR e 150 de PF, obtidos da rizosfera (80), rizoplano (30) e internamente as raízes (40). Nos testes de antibiose “in vitro” foram selecionados 22 isolados de PF e nos testes posteriores de competência e competitividade selecionou-se o isolado PF22 (Pseudomonas putida). Testando-se a competência e competitividade de FO e TR foram selecionados os isolados TR11 de Trichoderma (T harzianum) e FO3 de Fusarium não patogênico. Observou-se que não teve diferença entre as concentrações de FO para um mesmo isolado, no entanto, foi observada diferença entre os isolados e destes com o controle. O isolado FO3 teve uma maior área abaixo da curva de decréscimo da clorofila (AACDCL) para as clorofilas A, B e total (5,38, 1,71 e 7,10, respectivamente), menor severidade da doença (2,37) e maior produção de grãos (6,65g) em relação ao FOPm sozinho, com AACDCL de 2,41, 0,87 e 3,25, respectivamente, severidade 4,25 e produção de grãos de 2,23g. O isolado PF22 sozinho não reduziu a severidade da doença. Quando FO3 e PF22 foram usados em conjunto obteve-se uma maior AACDCL paras as clorofilas A, B e total (4,52, 1,05 e 5,57, respectivamente), maior produção de grãos (12,59g) e redução da severidade da doença (2,50) enquanto que FOPm sozinho teve AACDCL de 0,92, 0,23 e 1,16, respectivamente, severidade de 4,30 e produção de 5,71g de grãos. No campo, os isolados TR11 e FO3 sozinhos ou em conjunto com PF22, não diferiram entre si quanto a AACDCL, mas diferiram do FOPm sozinho. Quanto à produção, observou-se que a associação dos microrganismos FO3 + PF22 e TR11 + PF22 não diferiram entre si, com uma produção de 15 e 14 vagens e 14,7 e 13,1 g de grãos, respectivamente. A produção do tratamento apenas com FOPm foi de 8,3 vagens e 4,5 g de grãos. Esses valores mostram um aumento de aproximadamente 200% na produção de grãos quando utilizados os microrganismos em conjunto no controle da doença no campo. A ação conjunta dos microrganismos usados neste trabalho mostrou-se uma estratégia de controle biológico promissora para a redução no solo da densidade de inóculo de F. oxysporum f. sp. phaseoli e, com isso, propiciar uma redução da ocorrência e dos danos causados por essa doença.