Fumigação de solo com óleo essencial de mostarda para o controle da murcha de fusário em tomateiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Lage, Daniel Anacleto da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Mestrado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4371
Resumo: A murcha de fusário, causada por Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici (Fol), é um problema comum em campos de produção de tomate, especialmente quando o cultivo é realizado em ambiente protegido. Solos infestados por este patógeno podem inviabilizar a produção em estufas, sendo recomendada a fumigação periódica, visando à manutenção de um baixo nível de inóculo no solo. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito fumigante do óleo essencial de mostarda, que é composto por 90% de isotiocianato de alila (ITCA), na redução de inóculo e no controle da murcha vascular causada por Fol. Foram realizados bioensaios in vitro de crescimento micelial, formação de conídios e germinação de conídios e de clamidósporos. Para os testes, foram utilizados um isolado selvagem (Fols) e um mutante resistente ao benomil (Folm), os quais foram fumigados com ITCA, em diferentes doses, dentro de recipientes plásticos vedados, por períodos de 24 ou 48 horas. Após a fumigação, as placas contendo as culturas foram incubadas na ausência dos vapores do produto até a avaliação. Os menores valores de DE50 foram estimados para o período de 48 horas de exposição, tanto para o bioensaio de crescimento micelial como para os de germinação de conídios e de clamidósporos. Verificou-se que os conídios foram os propágulos de Fol mais sensíveis ao produto e os clamidósporos os mais resistentes. O ITCA não afetou significativamente a formação de conídios pelos isolados. Avaliou-se também a eficiência do produto na erradicação de clamidósporos de Folm no solo. Inicialmente, foi estudada a interação entre doses (0, 50, 100 e 150μL/L) e tempo de exposição (2, 4, 6 e 8 dias) ao ITCA. Solo infestado com 2000 ±200 clamidósporos/g foi transferido para erlenmeyers, que receberam a dose desejada, sendo, em seguida, hermeticamente vedados. Após exposição, a população do fungo foi determinada por meio de plaqueamento de diluições em série em meio seletivo para F. oxysporum acrescido de benomil. A partir da equação de regressão gerada, pôde-se estimar que seria necessária uma fumigação de solo com 125μL/L por períodos superiores a 5,4 dias para erradicação de Folm no solo. Para determinar o efeito de ITCA em casa de vegetação, 20L de solo infestado com 4000 ±250 clamidósporos/g foram colocados em sacos de polietileno de 30L, os quais receberam as doses de 0, 50, 100 ou 150μL/L sendo, posteriormente, vedados, permitindo a fumigação por 7 dias. Decorrido este período, o solo foi transferido para vasos de 4L, os quais receberam uma muda de tomate com 20 dias de idade. As plantas foram cultivadas por 60 dias, sendo retiradas amostras quinzenais de solo para acompanhamento da dinâmica populacional do fungo no solo. Através de análise do conteúdo de clorofila nas folhas, acompanhou-se o desenvolvimento da doença e a severidade final foi avaliada por meio de escala de notas. Foi verificado que a fumigação com 150μL/L de ITCA reduziu em mais de 95% a população de Folm no solo e que a severidade da doença aos 60 dias foi inferior a 15%.