Ação da genisteína na prevenção do câncer colorretal e efeitos morfofisiológicos intestinais de bebidas à base de soja e do leite de vaca
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Biologia Celular e Estrutural |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33215 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.689 |
Resumo: | O câncer colorretal (CRC) é altamente invasivo, considerado o segundo maior nas causas de mortes por câncer no mundo. A genisteína, principal isoflavona presente na soja e derivados, é amplamente estudada como candidata à prevenção de CRC devido às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Entretanto, alguns estudos contrariam essas evidências. As bebidas à base de soja (BABS) são alimentos derivados da soja que contêm genisteína. As BABS são amplamente comercializadas e utilizadas em substituição ao leite de vaca. Devido à presença de isoflavonas, como a genisteína, essas bebidas são consideradas anti-inflamatórias e antioxidantes intestinais. Por outro lado, as BABS contêm inibidores de proteases que podem causar efeitos adversos no intestino. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi integrar, sistematicamente, estudos pré-clínicos para investigar o potencial da genisteína como alternativa viável para a prevenção e tratamento de CRC, focando na atuação da genisteína em vias de sinalização intracelular intensamente alteradas em condições de câncer. Além disso, objetivou-se avaliar o efeito de duas marcas de BABS comerciais sobre a morfofisiologia intestinal de camundongos Balb/c, comparado ao leite de vaca. A revisão sistemática foi realizada de acordo com o guia para revisões sistemáticas PRISMA, utilizando as plataformas PubMed-Medline, Scopus, Web of Science e Embase. Todos os estudos pré-clínicos que investigaram o efeito da genisteína sobre o CRC até setembro de 2023 foram incluídos. A genisteína possui efeito proliferativo em baixas doses (0.5-2 μM) e antiproliferativo em altas doses (10-100 μM). Os efeitos protetivos da genisteína estão relacionados ao seu potencial de inibição das enzimas tirosina quinase e seu potencial estrogênico parece ser responsável pelo seu efeito proliferativo. De acordo com estudos in vitro, genisteína controla a proliferação celular modulando as vias WNT, TGFβ, NFκB, PI3K/Akt/MAPK, vias p53-dependente, respostas oxidantes e inflamatórias e síntese de vitamina D. Os estudos in vivo suportam os efeitos quimioprotetivos da genisteína. Para avaliar o efeito das BABS comerciais sobre a morfofisiologia intestinal de camundongos Balb/c, foram utilizados 4 tratamentos: água destilada (controle), BABS 1, BABS 2 e leite de vaca. Foram 6 repetições por tratamento, sendo cada animal uma repetição. Todos os tratamentos foram administrados uma vez ao dia, por gavagem, durante 42 dias. O intestino foi coletado para as análises de enzimas digestivas e histomorfométricas. Em geral ambos, BABS e leite de vaca, não prejudicaram a morfofisiologia intestinal. O leite de vaca aumentou o número de células de Paneth. As BABS diminuíram o número de mitoses e a atividade de tripsina e de lipase. As BABS são alternativas viáveis ao leite de vaca para indivíduos que necessitam de ingestão baixa de calorias. Porém, o efeito de inibição de tripsina e de redução de mitoses levanta alerta sobre o seu consumo, principalmente em indivíduos saudáveis. Sugere-se que a escolha entre o consumo de BABS e de leite de vaca seja acompanhada por profissionais. Palavras-chave: Revisão sistemática. Soja. Inibidor de tripsina. Inflamação. |