Biorremediação de águas residuárias industriais via microalgas: efeitos da disponibilidade de nutrientes na produção de bioprodutos de valor agregado

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Gama, Rafael Carvalho Nogueira da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa; Engenharia Civil
• Palavras-chave em Português: Águas residuais - Purificação - Tratamento biológico; Biorremediação; Nutrientes; Lagoas de estabilização; Biomassa; Microalgas; Saneamento Ambiental
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30604; https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.096

Apesar de sua importância econômica, a indústria alimentícia é responsável por diversos im- pactos ambientais negativos, principalmente quando suas águas residuárias são lançadas de forma inadequada nos corpos hídricos. A biotecnologia de microalgas pode representar uma solução potencial para minimizar esses impactos, atuando na biorremediação de diversos tipos de águas residuárias e produzindo biomassa de valor agregado. No entanto, alguns gargalos ainda precisam ser superados, por exemplo, a baixa produtividade de biomassa de lagoas de algas de alta taxa (LATs). Portanto, com o objetivo de melhorar a produção de biomassa e o desempenho do tratamento de águas residuárias da indústria de alimentos, este estudo avaliou o efeito de diferentes relações C/N pela mistura de águas residuárias de cervejaria e processa- mento de carne durante o cultivo de microalgas em LATs. Foram avaliados meios de cultivo em condições ótimas (C/N = 6), déficit (C/N<6) e excedente (C/N>6) de carbono. O cresci- mento da biomassa não foi influenciado pelas condições nutricionais, tanto na produção de clorofila-a (0,28 - 0,33 g/m²) quanto na produção de biomassa total (4 - 5 g/m²), evidenciando a capacidade do consórcio microalga-bacteriano de se adaptar a diferentes condições. As remo- ções totais de carbono, nitrogênio e fósforo foram influenciadas pela disponibilidade de nutri- entes. As melhores taxas de remoção de carbono, nitrogênio e fósforo foram 62% (C/N ≥ 7,4), 59% (C/N = 4,1) e 58% (C/N = 4,1), respectivamente. As condições de déficit de carbono al- cançaram melhor eficiência no tratamento, porém houve maior produção de ácidos graxos poli- insaturados quando mais carbono estava disponível. Já quanto à produtividade da biomassa microalgal e ao acúmulo de carotenoides, não houve diferença entre as condições avaliadas. Sendo assim, os resultados deste estudo apontam e debatem os pontos positivos e desafios en- contrados para viabilizar a rota de aproveitamento da biomassa microalgal na suplementação animal, buscando a valorização de recursos advindos do tratamento de águas residuárias. Palavras-chave: Disponibilidade de nutrientes. Indústria alimentícia. Águas residuais mistas. Produtividade de biomassa. Lagoas de algas de alta taxa.