Estudo da morfologia dentária de Xenorhinotherium bahiense Cartelle & Lessa, 1988 (Mammalia, Litopterna, Macraucheniidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lobo, Leonardo Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6663
Resumo: A variação da dentição dos mamíferos permite obter informações sobre idade, dieta e relações de parentesco. Além disso, os dentes são constituídos por tecidos altamente resistentes que, por consequência, provêm abundante representatividade no registro fossilífero. Esses fatos tornam o estudo da morfologia dentária importante para o entendimento da taxonomia e evolução do grupo, especialmente em grupos extintos. Xenorhinotherium bahiense Cartelle & Lessa, 1988 é um membro da família Macraucheniidae, a qual é composta por ungulados endêmicos extintos da América do Sul. Grande parte do conhecimento anatômico e sistemático de Macraucheniidae é referente à morfologia dentária. Assim, o objetivo desta dissertação foi descrever aspectos qualitativos da dentição, avaliar mudanças na forma da superfície oclusal ocasionadas pelo desgaste e pela posição na arcada dentária de X. bahiense. Além disso, distinguir a superfície oclusal dos molariformes de X. bahiense em relação a outros macrauqueniídeos pleistocênicos, Macrauchenia patachonica Owen, 1938 e Macraucheniopsis ensenadensis (Ameghino, 1888). O material consiste de 284 molariformes (152 da dentição superior e 132 da dentição inferior). Foram utilizadas duas abordagens: a qualitativa, através de descrições anatômicas; e a quantitativa, através de relações entre medidas e análises utilizando morfometria geométrica. Inicialmente, classes de desgaste, sequência de erupção e relação entre medidas lineares caracterizaram X. bahiense como um ungulado mesodonte com erupção dos dentes permanentes seguindo a sequência M1>M2>I1>I2>M3>I3>C>P1>P2>P3>P4. Posteriormente, as análises quantitativas demonstraram que a face oclusal muda com o progresso do desgaste dentário. Ocorrendo em ambas as dentições retração do eixo mésio-distal e expansão do eixo lábio-lingual. Foram observadas mudanças nas configurações dos molariformes em relação a sua posição na arcada dentária. Nos molariformes superiores as mudanças envolvem o posicionamento e desenvolvimento dos estilos em relação às cúspides. Já, os molariformes inferiores são distinguidos através do desenvolvimento dos complexos trigônido e talônido e características como angularidade e profundidade dos fléxidos. Além disso, foi constatado que X. bahiense apresenta molariformes com configurações distintas aos outros macrauqueniídeos pleistocênicos. Conclui-se que o índice de hipsodontia, a sequência de erupção e a discussão sobre a forma da pré-maxila sugerem dieta composta de arbustos a X. bahiense. Os aspectos dentários abordados neste estudo foram fundamentais para a diferenciação intraespecífica (semaforontes) da espécie alvo, X. bahiense, como também na comparação entre as outras espécies de macrauqueniídeos pleistocênicos.