Revisão de Ionoscopiformes (Actinopterygii: Neopterygii) e certos táxons fósseis basais de Halecomorphi: morfologia, taxonomia e relações filogenéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Machado, Giselle Ribeiro de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16209
Resumo: Ionoscopiformes é um ordem de peixes fósseis actinopterígios de ampla distribuição espaço-temporal, conhecido do Triássico Médio ao Cretáceo Superior, na Europa, África, Ásia, Américas do Norte e do Sul. Ionoscopiformes é composta por duas famílias, Ophiopsidae e Ionoscopidae, as quais apresentam várias espécies, algumas, pouco conhecidas anatomicamente. Embora, atualmente, a ordem Ionoscopiformes seja considerada monofilética, os representantes de Ophiopsidae e Ionoscopidae diferem entre si em diversas características anatômicas, inclusive quanto ao tipo de escama e ao padrão de ornamentação dérmica dos ossos. Ionoscopiformes está posicionada no clado Halecomorphi, o qual é representado por três ordens (Amiiformes, Parasemionontiformes e Ionoscopiformes) e diversos táxons incertae sedis (e.g., Heterolepidotus, Osteorachis e Neorhombolepis), estando mais próximo de Ginglymodi do que de Teleostei, formando com o primeiro o clado Holostei. Alguns desses táxons incertae sedis já foram relacionados à Ionoscopiformes, principalmente à família Ophiopsidae. Vários pontos relativos à composição de Ophiopsidae e táxons relacionados veem sendo recentemente abordados na literatura, como por exemplo, o posicionamento dos gêneros Placidichthys, Heterolepidotus e Furo. O gênero Heterolepidotus já foi sugerido como Ophiopsidae, como táxon basal à esta família, mas também como pertencente à família Caturidae. Placidichthys foi recentemente sugerido como Macrosemiiformes e Furo muensteri como Ophiopsidae. Visto a necessidade de maior conhecimento acerca de espécies de Ionoscopiformes e de táxons incertae sedis a ela relacionados, o presente trabalho apresenta uma revisão anatômica dos mesmos, além da investigação do posicionamento desta ordem e destes táxons incertae sedis no interior de Neopterygii. A partir das revisões anatômicas e filogenéticas realizadas, diversas sugestões taxonômicas foram apresentadas. Os gêneros Ionoscopus, Ophiopsis e Heterolepidotus foram redefinidos e suas espécies nominais foram diagnosticadas. Foram sugeridas como válidas: quatro espécies nominais para Ionoscopus (I. pietraroiea, I. desori, I. cyprinoides e I. elongatus), seis para Ophiopsis (O. procera, O. breviceps, O. dorsalis, O. lepersonnei, O. montsechensis e O. lepturus) e somente duas para Heterolepidotus (H. rhombifer e H. serrulatus). Para estes gêneros ainda foram sugeridas algumas sinonímias, reversões, nomen nudum e nomen dubium. As hipóteses filogenéticas apresentadas, não indicaram o clado Ionoscopiformes como monofilético. Todavia, as famílias Ionoscopidae e Ophiopsidae foram confirmadas como Halecomorphi, sendo sugerido um posicionamento mais próximo entre Amiiformes e a família Ionocopidae, enquanto Ophiopsidae estaria mais intimamente relacionada à Furo e à Heterolepidotus. As relações internas tanto de Ionoscopidae quanto de Ophiopsidae não se mostraram resolvidas, contudo foi recuperado o posicionamento de Placidichthys no interior de Ophiopsidae. Indicação do não monofiletismo de Ionoscopiformes e a não resolução das relações dos grupos próximos à Ophiopsidae, reforçam a necessidade de revisões de outros táxons de Halecomorphi, como por exemplo, a família Caturidae e ainda a necessidade da busca de novos caracteres, como por exemplo, os histológicos, para aprimorar a matriz de caracteres visando alcançar relações filogenéticas mais bem suportadas.