Cinética biomolecular de fatores de crescimento e colágeno envolvidos na cicatrização de pele tratada com plasma rico em plaquetas pobre em leucócitos: modelo experimental em equinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pinto, José de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8556
Resumo: A pele é um dos órgãos mais importantes do corpo. Embora haja controvérsias, o plasma rico em plaquetas e pobre em leucócitos (PRP-PL), fonte de fatores de crescimento, é considerado eficaz em acelerar o processo de cicatrização de diversos tecidos. O objetivo desse estudo foi avaliar o processo de cicatrização por segunda intenção de feridas cutâneas de equinos tratadas (T) ou não (NT) com dose única de PRP-PL, 12 horas após indução cirúrgica da lesão. Foram utilizados oito equinos com idade entre 16 a 17 anos. Três feridas com 6,25 cm2 foram produzidas na região glútea direita e esquerda de todos os animais, nomeadas A, B e C, respectivamente. Doze horas após indução das lesões, 0,5 mL de PRP-PL autólogo, foram administrados em cada extremidade das feridas. Cinco biópsias de pele foram obtidas com Punch de 6-mm. A primeira amostra foi obtida com bisturi, no momento de indução da lesão (T0). As amostras obtidas com um (T1) e dois dias (T2), assim como com uma (T3) e duas (T4) semanas foram realizadas a partir das feridas A e B. A ultima biópsia (T5), realizada aproximadamente aos 37 dias, foi realizada na lesão C, após completo fechamento macroscópico da pele. Exsudação, presença de crosta e de tecido de granulação, assim como a evolução do fechamento da ferida foram diariamente verificados. Os retalhos de tecido cutâneo foram obtidos para determinação da expressão dos colágenos tipo I e III por qRT-PCR e quantificação dos fatores de crescimento TGF-β1 e PDGF-BB na pele, PRP e plasma sanguíneo por ELISA. Também foram obtidas amostras para histomorfometria, coloração hematoxilina-eosina e Tricrômico de Masson. Várias análises estatísticas foram realizadas, sendo adotado um nível de significância de 5%. Não houve alterações entre grupos nas variáveis estudadas durante avaliação física e laboratorial. Não houve diferença entre grupos no tempo para fechamento das feridas, embora tenha sido discretamente mais rápido nas lesões não tratadas. Diferenças (p<0,05) entre grupos foram observadas para a expressão dos colágenos tipos I e III no T1 e T4, sendo maior nas feridas tratadas. O pico de expressão dos colágenos tipos I e III ocorreu aos 37 dias, para ambos os grupos, mas a maior expressão foi diferente (p<0,05) da observada no T0, a partir de uma semana. Nas lesões tratadas a expressão dos colágenos começou a estabilizar na avaliação final, enquanto que nas NT os valores permaneceram elevados (p>0,05). Não houve diferença entre os grupos, nos valores dos dois fatores de crescimento mensurados na pele, nos diferentes tempos. Também não houve correlação entre a quantidade dos fatores de crescimento presentes na pele e no plasma. Por outro lado, correlação positiva foi observada entre PRP-PL e a pele na lesão tratada, para os fatores de crescimento TGF-β1 (r=0,31) e PDGF-BB (r=0,38), bem como entre ambos os fatores de crescimento presentes no PRP-PL (r=0,81). Considerando as concentrações dos fatores de crescimento no T0, maiores valores cutâneos (p<0,05) do TGF-β1, em ambos os grupos, ocorreram com uma semana e na avaliação final. Valores mais elevados (p<0,05) do PDGF-BB foram com duas semanas (T) e quando a ferida estava macroscopicamente fechada (NT). No plasma não houve alteração nas concentrações desses fatores em relação ao T0, o que sugere que o PRP- PL não ocasiona efeito sistêmico, quando os procedimentos adotados no presente estudo são utilizados. Avaliação histológica revelou diferença entre grupos na contagem dos leucócitos totais (p=0,0179) e fibrócitos (p=0,023), que foi maior e menor no grupo tratado, nos tempos 14 e 7 dias depois de produzida a lesão cirúrgica, respectivamente. A morfofometria revelou que com duas semanas havia maior quantidade de vasos sanguíneos (p=0,034) nas feridas tratadas. Na sequência os valores se aproximaram dos observados nas feridas não tratadas. Administração local dose única de PRP-PL, aplicada 12 horas após indução cirúrgica de ferida realizada na região glútea de equinos, não altera o fechamento macroscópico da ferida; ocasiona importante aumento da expressão gênica dos colágenos tipos I e III; não aumenta a expressão local de TGF-β1 e PDGF-BB durante diferentes fases do processo de cicatrização. Também não altera a concentração no plasma sanguíneo desses fatores de crescimento 1, 2, 7, 14 e 37 dias após administração. Além disso, durante as fases de migração e proliferação, assim como a de contração e remodelação se observa maiores concentrações desses fatores de crescimento, quando comparadas com as fases de hemostasia e inflamatória; aumenta a infiltração de neutrófilos na fase inflamatória; acarreta elevação da angiogênese duas semanas após tratamento, sem interferência microscópica na fase final do processo cicatricial e, finalmente, promove, percentualmente, cicatrização de melhor qualidade, no momento em que as feridas se encontram macroscopicamente fechadas.