Resposta da produção agrícola aos preços no Centro-Oeste brasileiro: uma análise de econometria espacial para o período 1975-1995/1996

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Figueiredo, Adriano Marcos Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8928
Resumo: A influência de uma localidade sobre os municípios vizinhos é sempre vista com interesse, pois gera uma interdependência nas regiões em estudo. Assim, necessita-se saber como a localização afeta a resposta da produção agrícola às alterações de preços ou de políticas públicas. O objetivo geral deste trabalho é determinar a importância dos efeitos e inter-relações decorrentes da localização geográfica para a resposta da produção agrícola aos preços, na região Centro-Oeste, no período de 1975-1995/1996. Especificamente, pretende-se avaliar os efeitos espaciais sobre demanda de fatores e oferta de produtos e a importância dos preços dos fatores e preços dos produtos para a resposta à produção agrícola no Centro-Oeste brasileiro. Este estudo contribui para a literatura econômica, ao conciliar um modelo de função de lucro translog com efeitos de dependência espacial nos resíduos do sistema de parcelas de lucros. A estimação baseia-se na literatura da econometria espacial, utilizando-se o método de equações aparentemente não-relacionadas com erros espacialmentecorrelacionados. Existem evidências econométricas da dependência espacial nos resíduos do modelo, confirmadas pelo teste de hipótese para os parâmetros espaciais. Ocorreram altas autocorrelações espaciais positivas nos produtos, com parâmetros espaciais sempre acima de 0,91. Isto demonstra a influência de outros fatores não incluídos no modelo, os quais afetam os resíduos, exclusivamente, pela localização. Comparando-se os resultados do modelo tradicional com o modelo espacialmente transformado, percebe-se uma diferença substancial, haja vista os resultados muito superiores estatisticamente do modelo transformado espacialmente. Ao se avaliarem as áreas de Bodoquena, Campo Grande e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul; Cáceres e Cuiabá, no Mato Grosso; e Campo Alegre de Goiás e Rio Verde, em Goiás, tem-se substituição entre arroz, feijão e milho, e algumas complementaridades entre milho e leite. Entre os fatores, apenas óleo diesel e terra arrendada foram complementares entre si. Com exceção de Três Lagoas, as áreas selecionadas apresentaram oferta-preço elástica para milho. Políticas que visem ao aumento da produção de milho devem ser implementadas de modo que não ocorram quedas de preços, pois as quedas na produção seriam mais que proporcionais. As culturas básicas como arroz e feijão apresentaram, em geral, oferta-preço inelástica. Políticas agrícolas que pretendam aumentar a oferta de grãos devem considerar, de modo mais explícito, a questão da localização. Neste estudo, verifica-se que os produtores de cada área respondem, de modo diferente, às alterações nos preços de produtos e fatores. Os efeitos espaciais foram muito importantes, já que alteraram, de forma decisiva, as elasticidades calculadas e mostraram que todos os produtos analisados sofreram esses efeitos. Enfatiza-se estudos com cortes seccionais e dados geograficamente dispostos devem ser avaliados quanto à presença de dependência espacial.