Crédito rural e oferta agrícola no Brasil
Ano de defesa: | 2008 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos Doutorado em Economia Aplicada UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/112 |
Resumo: | O Crédito Rural foi criado no final da década de 1960 e desde então se tornou uma das principais políticas agrícolas do País. Desde sua criação, o programa contou com subsídios governamentais, que se davam principalmente através das taxas de juros, compensando em parte a transferência de recursos do setor agrícola promovida pela política de substituição de importações. O crédito rural visava estimular a adoção de tecnologia e aumentar a oferta de alimentos e matérias-primas de origem agropecuária, fortalecendo principalmente os pequenos e médios produtores. Dado que a produção agrícola tem aumentado ao longo dos anos, a despeito da redução do volume de crédito oficial, estará o programa de crédito rural cumprindo com o objetivo de ampliar a oferta agrícola? A análise do impacto do crédito na produção apresenta algumas dificuldades em função das particularidades do programa e das características da atividade agrícola. Uma alternativa para se avaliar a importância do financiamento na atividade agropecuária é verificar se o setor possui, de fato, limitação no dispêndio total para a compra de insumos. A hipótese desta pesquisa é que os produtores rurais possuem recursos limitados e necessitam de financiamento para adquirir os insumos necessários para a produção. O objetivo principal do presente trabalho é analisar a resposta de culturas agrícolas às variações do dispêndio total, para o período de 1976 a 2005. As culturas analisadas nesta pesquisa são: algodão, arroz, feijão, milho, soja e trigo; e os insumos utilizados são: fertilizantes, mão-de-obra e defensivos. Com base na dualidade aplicada à teoria da produção, as demandas condicionadas são estimadas a partir de uma função translog de lucro, multiproduto, multi-insumo, em que o total do crédito oficial de custeio aplicado nas culturas analisadas é utilizado como proxy do dispêndio total. As variações no dispêndio total foram estatisticamente significativas para explicar variações na oferta de arroz, feijão, milho e soja e a demanda de fertilizantes e mão-deobra. A variável área cultivada apresenta impacto significativo na oferta de todas as culturas, mas não na demanda de fertilizantes e defensivos. Isso pode ser devido à intensificação da utilização desses insumos por unidade de área, aumentando-se a demanda desses insumos mesmo sem que haja aumento de área. Com relação à resposta a preços, somente a elasticidade-preço do algodão não foi estatisticamente significativa. As ofertas de arroz, feijão, milho e soja são inelásticas, conforme esperado. A oferta de trigo é elástica, o que pode ser devido à sensibilidade da produção às políticas governamentais, especialmente às políticas de preço. As demandas dos insumos se mostram elásticas. Esse resultado é consistente com um setor oligopolizado, no caso de fertilizantes e defensivos. No caso de mão-de-obra, o resultado pode ter sido influenciado pela ausência de uma variável relativa a capital. Conclui-se que o setor agrícola enfrenta restrição na compra de insumos e que o financiamento via crédito rural é importante para a produção. Uma política de crédito é indispensável para o setor agrícola, uma vez que permite aos produtores adquirir mais insumos e aumentar a produção. |