Histomorfometria do epidídimo de morcegos frugívoros (Artibeus lituratus Olfers, 1818) tratados com fungicidas Mancozeb e Tebuconazol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira Neto, Mario Jose de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7975
Resumo: Mancozeb e o Tebuconazol são fungicidas utilizados em lavouras brasileiras, principalmente em fruticulturas e culturas de cereais. Sabe-se que morcegos que se alimentaram de frutos contaminados com estes fungicidas apresentaram alterações metabólicas e hepáticas. Não há relatos sobre seu efeito no epidídimo, importante órgão reprodutivo responsável na maturação e na estocagem de espermatozoides. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do mancozeb e do tebuconazol sobre parâmetros histomorfométricos epididimários. Foram utilizados morcegos da espécie Artibeus lituratus (n=25) divididos em cinco grupos (G=5/grupo). Animais do grupo G1 (controle 1) foram alimentados com mamão sem mancozeb ou espalhante, enquanto que animais do G2 se alimentaram de mamão com espalhante adesivo (1 mL/L; controle 2) e do G3 receberam mamão com calda de espalhante adesivo (1mL/L) e mancozeb (2 g/L) durante 7 dias. Já o grupo 4 recebeu por 7 dias tebuconazol (1 mL/L), com espalhante adesivo, e o grupo 5 tebuconazol (1 mL/L) por 30 dias mais o espalhante. Os epidídimos foram obtidos após eutanásia (CEUA 106/2014) dos animais, sendo os epidídimos fixados inteiros em solução de Karnovsky e incluídos em resina. Imagens microscópicas de 10 cortes histológicos de cada região epididimária, cabeça, corpo e cauda (aumento de 200X), foram analisadas no software Image Pro Plus 4.5, mensurando-se altura de epitélio (μm) e diâmetros luminal (DL) e tubular (DT) (μm). A proporção volumétrica (%) de epitélio, lúmen e interstício foi avaliada através da contagem de 266 pontos sobre 10 cortes histológicos/região em aumento de 200X. Os resultados foram submetidos a ANOVA, sendo as médias comparadas pelo teste de Student-Newman-Keuls a 5%. Os resultados obtidos mostraram que houve um aumento no percentual de epitélio da região da cabeça epididimária nos animais do G3 (61,14 ± 3,05) e G4 (58,85 ± 3,25) em relação aos animais de G1 (52,0 ± 3,37) e G2 (51,2 ± 2,51). O percentual de interstício, na mesma região, foi menor em G3 (28,10 ± 3,86) e G4 (29,61 ± 3,08) que em G1 (36,0 ± 1,21) e G2 (36,77 ± 1,66). Foi observado aumento no DT (139,83 ± 9,42 μm) e no DL em G4 (63,23 ±4,20 μm) em relação aos demais grupos. A região do corpo apresentou um aumento no diâmetro tubular médio em animais do G3 (148,75 ± 9,65 μm), G4 (147,90 ± 13,0 μm) e G5 (145,18 ± 9,29 μm) em relação aos animais do G1 (125,53 ± 10,05 μm), e um aumento no percentual médio de interstício em G2 (40,00 ± 4,57), quando comparado com G1 (31,70 ± 4,56) e G3 (28,09 ± 6,77). Não foram observadas alterações histomorfométricas na região epididimária da cauda nos animais avaliados em relação ao mancozeb (P > 0,05). Houve aumento no DT (206,05 ± 22,77 μm) em G4 na região da cauda em relação aos demais grupos, exceto o G3. O aumento no percentual de epitélio pode ter contribuído para a redução do percentual de interstício em animais tratados com mancozeb e tebuconazol, quando analisada a região da cabeça. Sabe-se que o mancozeb e o tebuconazol alteram o metabolismo de andrógenos, reduzindo sua a produção de andrógenos, que afeta a funcionalidade das células epiteliais epididimárias. Pode concluir que morcegos expostos ao mancozeb por 7 dias e ao tebuconazol por 7 e 30 dias apresentaram alterações histomorfométricas nas regiões epididimárias da cabeça, corpo e cauda.