Capacidade funcional e autonomia de idosos com síndrome metabólica na Estratégia Saúde da Família de Viçosa/MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Martinho, Karina Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Dietética e Qualidade de Alimentos; Saúde e Nutrição de Indivíduos e Populações
Doutorado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/387
Resumo: A rápida mudança do perfil demográfico e epidemiológico brasileiro suscita a necessidade de estudos sobre a saúde da população idosa. Projeções indicam um crescimento epidêmico da síndrome metabólica, principalmente nos idosos. Associado a isso, presenciamos a diminuição da independência e autonomia funcional dos idosos. Diante disso, este trabalho objetivou verificar a prevalência da independência e da autonomia funcional dos idosos portadores da síndrome metabólica, e seus fatores associados. Para tal, foi realizado um estudo epidemiológico de corte transversal, com amostragem probabilística, realizado com 402 idosos, ambos os sexos, com idade maior ou igual a 60 anos, atendidos na Estratégia Saúde da Família de Viçosa/MG, Brasil. Foi aplicado um questionário socioeconômico, o questionário Mini-Mental para avaliar o estado cognitivo; a Escala Geriátrica de Depressão (GDS) para os sintomas depressivos; a Escala de Katz para avaliar as atividades da vida diária; a Escala de Lawton e Brody para avaliar as atividades instrumentais da vida diária; o protocolo do Grupo Desenvolvimento Latino-Americano da Maturidade (GDLAM) para a autonomia; a bateria de testes de Rikli e Jones para a aptidão física; e o nível de atividade física pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) para o nível de atividade física. A classificação da Síndrome Metabólica foi feita através dos critérios do International Diabetes Federation (IDF). Foi realizada a antropometria com as mensurações do peso e altura para cálculo do índice de massa corporal e o perímetro da cintura. Foi feita uma análise bioquímica para obtenção dos parâmetros glicemia, HDL-c, LDL-c, colesterol total e triglicerídeos. Foram realizadas análises estatísticas onde utilizou-se o teste de Shapiro-wilk para avaliar a normalidade das variáveis, o teste Qui-Quadrado e o teste Qui-quadrado de Tendência Linear para avaliar a associação entre as variáveis categóricas, o teste T de Student e a análise de variância (ANOVA) para comparar as médias das variáveis contínuas. Utilizou-se ainda modelos de regressões linear múltiplas e regressão logística multinomial múltipla para estimar as associações das variáveis com a autonomia e independência funcional. O nível de significância adotado foi de 5%. Como resultados encontrou-se uma prevalência de 65% de síndrome metabólica, a independência nas AVD foi 50,7% e nas AIVD foi de 15% e a autonomia apresentou-se fraca em 68,2% dos idosos. A população predominante era do sexo feminino (60,4%), faixa etária estava entre 70 a 79 anos (44,8%); casados (56,7%), da classe social C, D e E (89,3%) e com escolaridade de pelo menos um ano (72,4%). Negaram terem sido expostos ao fumo (58,7%) e à bebida (62,2%), possuíam nível de atividade física insuficientemente ativo (75,1%), comportamento sedentário (89,3%), não apresentaram déficit cognitivo (78,1%) e nem sintomas depressivo (74,6%). Apresentaram pelo menos uma doença crônica (80,8%) e sobrepeso (46,3%), Ao comparar os sexos, as mulheres não eram casadas (56,4%), pertenciam à classe social C, D e E (91,8%), maior sobrepeso (56%), maior presença da síndrome metabólica (72,8%), maior número de doenças crônicas (64,3%), fumavam (21,4%) e bebiam (16,9%) menos, eram mais dependentes nas atividades da vida diária (58%), possuíam melhor flexibilidade e pior resistência aeróbica, em relação aos homens. Os fatores associados aos idosos com SM à dependência nas AIVD foram ser analfabeto e ter pior autonomia. Os fatores associados à dependência nas AVD/AIVD foram: ter pelo menos um ano de escolaridade, percepção negativa da saúde, possuir déficit cognitivo e autonomia fraca, quando comparados aos idosos independentes, ajustados pelo sexo e idade. Os fatores associados a pior autonomia nos idosos sem a SM foi o aumento da idade, comportamento sedentário e sintomas depressivos. No grupo de idosos com a SM, além desses fatores, a menor escolaridade, ser insuficientemente ativo e ter doenças crônicas associaram-se com a pior autonomia. Pôde-se concluir que a prevalência da síndrome metabólica está alta, assim como a presença de dependências nas AVD/ AIVD e a autonomia fraca. A presença da SM piorou a autonomia e a independência dos idosos. Os idosos apresentaram um envelhecimento malsucedido, caracterizado por comorbidades, estilo de vida sedentário, dependência para realizar as atividades e autonomia fraca. Em relação ao sexo, as mulheres apresentaram piores percentuais, que se traduzem em pior estado de saúde em relação aos homens. Estes resultados servem para as equipes de Estratégia Saúde da Família, nortearem ações específicas para cada gênero, além de indicar mudanças urgentes nas Políticas Públicas com intuito de melhorar a qualidade de vida dos idosos.