Capacidade preditiva de diferentes indicadores de adiposidade para marcadores de risco da síndrome metabólica em idosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Paula, Hudsara Aparecida de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2709
Resumo: O envelhecimento desencadeia modificações na composição corporal como o incremento da distribuição central de gordura, a qual associa-se com anormalidades metabólicas e cardiovasculares, principalmente nas mulheres. Embora uma variedade de medidas corporais para avaliar a adiposidade tem sido sugerida, ainda permanece controverso qual seria o melhor indicador em predizer efeitos desfavoráveis, decorrentes do acúmulo de gordura corporal em idosas. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivos: a) comparar medidas de perímetro da cintura e diâmetro abdominal sagital, aferidas em diferentes pontos anatômicos do abdômen e avaliar quais delas apresentam melhor poder preditivo para o risco de síndrome metabólica (SM) e para seus componentes isolados, em idosas; b) analisar diferentes medidas antropométricas e de composição corporal e o poder discriminatório das mesmas para o risco de Síndrome Metabólica em idosas; c) avaliar a ocorrência de síndrome metabólica e de seus componentes de acordo com diferentes propostas de definição. A amostra incluiu 113 mulheres (60-83 anos), adstritas no Programa Saúde da Família, do município de Viçosa-MG, as quais foram submetidas a aferição de diferentes medidas antropométricas, de composição corporal e índices derivados, pressão arterial, perfil lipídico, glicemia de jejum e de questões relacionadas a hábitos de vida e condições de saúde. Foram efetuadas análises por meio da curva ROC, testes de comparação (t de Student ou Mann Whitney), correlações (Pearson, Spearman e parciais), qui- quadrado e determinação do coeficiente Kappa. Para processamento e análise dos dados foram utilizados os softwares Excel, SPSS versão 15.0, SigmaStat versão 2.03, MedCalc versão 9.3 e EpiInfo versão 6.04. Para rejeição da hipótese de nulidade adotou-se como nível de significância estatística p<0,05 para todas as comparações. A normalidade da distribuição das variáveis foi determinada a partir do teste de Kolmogorov-Smirnov. A amostra foi composta por mulheres com idade mediana de 65 anos, tendo predominado eutróficas (47,8%), que viviam com um companheiro (55,8%), não fumantes (85,8%), não habituadas ao uso de bebida alcoólica (69,0%), não praticantes de exercício físico regular (70,8%), que nunca fizeram uso da terapia de reposição hormonal (65,5%) e que auto-definiram possuir um bom estado de saúde (53,1%). Dos marcadores de risco para a síndrome metabólica se destacaram a obesidade abdominal (64,6%), os altos níveis pressóricos (54,9%), baixos níveis de HDL-c (35,4%) e hipertrigliceridemia (30,1%). Ao considerar a combinação de todos os fatores, a ocorrência da síndrome metabólica foi de 30,9%, de acordo com a definição do National Cholesterol Education Program s Adult Treatment Panel III-NCEP-ATPIII, que é adotada na I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. O perímetro da cintura (PC) ao nível umbilical e o diâmetro abdominal sagital (DAS) no ponto médio entre as cristas ilíacas apresentaram as maiores áreas sob a curva ROC (p<0,05) na identificação da SM (0,694 ± 0,079 e 0,747 ± 0,076, respectivamente). Ressalta-se que entre essas duas medidas o DAS mostrou maior poder de predição. O índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura corporal (%GC), gordura corporal (GC/kg) e somatório das dobras cutâneas (&#8721;DOC), indicadores da adiposidade global, mostraram-se menos relacionados com fatores de risco cardiovascular nas idosas. Já os demais indicadores, utilizados para caracterizar a adiposidade central, mostraram áreas significantes sob a curva ROC, com maior destaque para o índice sagital (IS) (0,807 ± 0,070 p=0,0001). Na comparação entre diferentes definições para identificar a síndrome metabólica observou-se maior e menor freqüência de acordo com a proposta do International Diabetes Federation (IDF) (45,1%) e proposta modificada a partir dessa definição SMIDFM (22,1%), respectivamente. Foi encontrada maior consonância entre a definição modificada a partir da definição do National Cholesterol Education Program s Adult Treatment Panel III- NCEP-ATPIII, SM-ATPM com NCEP-ATPIII e SM-IDFM (Kappa: 0,79 e 0,77; p<0,00001). A proposta SM-ATPM apresentou menor discrepância para a ocorrência de SM comparada as definições originais e teve uma proximidade maior com a freqüência obtida por meio do critério NCEP-ATPIII, que por sua vez tem sido indicado melhor preditor de desfecho cardiovascular em idosos. Diante dos resultados encontrados, sugere-se que para avaliação de mulheres idosas com características similares a amostra em estudo, sejam adotados o nível umbilical (PC) e o ponto médio entre as cristas ilíacas (DAS) para aferição antropométrica; que seja incorporado o índice sagital, como marcador de adiposidade abdominal, na identificação do risco cardiovascular e o critério SM-ATPM para identificação de síndrome metabólica.