Efeitos cardiorrespiratórios e hemogasométricos da ventilação controlada com pressão positiva expiratória final associada ao pneumoperitônio com dióxido de carbono em coelhos
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de Mestrado em Medicina Veterinária UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5143 |
Resumo: | O pneumoperitônio com CO2, utilizado para melhor visualização do campo cirúrgico em cirurgias laparoscópicas, tem sido associado a alterações hemodinâmicas, respiratórias e metabólicas. As principais complicações são decorrentes do aumento da pressão intra-abdominal (PIA) e da absorção do CO2. Para que a função respiratória seja mantida de forma adequada, pode ser utilizada a pressão positiva expiratória final (PEEP). No trabalho foi avaliado se a ventilação controlada com PEEP (0, 5 e 10 cmH2O) minimiza as alterações promovidas pelo pneumoperitônio com PIA de 15 cmH2O nas funções cardiovascular e respiratória, na gasometria arterial e sobre o parênquima pulmonar de coelhos anestesiados com isofluorano. Foram utilizados 36 coelhos divididos aleatoriamente em três grupos conforme com o valor da PEEP utilizada: GZP (PEEP de 0 cmH2O), GP5 (PEEP de 5 cmH2O) e GP10 (PEEP de 10 cmH2O). As variáveis pressão parcial de oxigênio no sangue arterial [pO2(a)], pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial [pCO2(a)], pH do sangue arterial [pH(a)], concentração de bicarbonato plasmático no sangue arterial [cHCO3 -(a)], concentração de base no sangue arterial [cBase(a)], concentração de potássio (cK+), concentração de cálcio (cCa+2), concentração de sódio (cNa+), concentração de cloro (cCl-), GAP, pressão parcial de CO2 no final da expiração (EtCO2), frequência cardíaca (FC), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial média (PAM) e temperatura foram avaliadas em diferentes momentos da anestesia. Os animais foram submetidos à eutanásia nos seguintes tempos: 0 e 6, 12 e 24 horas após o fim da anestesia. Na necropsia foram coletados fragmentos dos lobos pulmonares e confeccionadas as lâminas para avaliação histológica das variáveis: infiltrado linfo-histiocitário, hemorragia intra-alveolar, congestão, edema pulmonar, infiltrado de neutrófilos intersticiais, infiltrado de neutrófilos intra-alveolares e áreas de atelectasia, sendo atribuído às lesões escores de ausente, leve, moderado ou intenso. As variáveis [pCO2(a)], FC, PAD, PAS, PAM, (cNa+), (cK+), (cCa+2), (cCl-), GAP, [cHCO3 -(a)] e [cBase(a)] se mantiveram dentro dos valores fisiológicos. Após o pneumoperitônio, houve aumento da [pCO2(a)] e consequente diminuição do [pH(a)] em todos os animais e elevação da EtCO2 nos grupos ventilados por PEEP e maior eliminação do CO2. Foi observado em todos os grupos infiltrado linfo-histiocitário característico de pneumonia intersticial linfocítica, além de baixos escores para o infiltrado neutrofílico alveolar e intersticial, edema, congestão e atelectasia, compatíveis com lesões ao endotélio capilar alveolar. Tais lesões foram mais intensas nos primeiros momentos após o procedimento anestésico- cirúrgico nos grupos GZP e G5P. Conclui-se que o incremento da PEEP em 0, 5 e 10 cmH2O não é capaz de evitar alterações ácido/base promovidas pela absorção peritoneal de CO2. A PEEP de 10 cmH2O melhora a eliminação de CO2 e reduz a pressão arterial de CO2, mas não evita a hipercapnia e promove lesões inflamatórias menos intensas no parênquima pulmonar. |