Fatores associados o estado nutricional e velocidade média de crescimento de crianças de uma coorte nos seis primeiros meses de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fonseca, Poliana Cristina de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6398
Resumo: O crescimento infantil é um processo dinâmico e complexo que sofre influência de fatores biológicos, ambientais, gestacionais, sociais, nutricionais e genéticos. A avaliação e monitoramento do crescimento nos primeiros anos de vida é fundamental na prevenção e identificação de agravos nutricionais na infância. O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados ao estado nutricional e os determinantes da velocidade de crescimento de crianças acompanhadas nos seis primeiros meses de vida no município de Viçosa (MG). Este estudo faz parte de trabalho maior intitulado “Condições de saúde e nutrição de crianças no primeiro ano de vida do município de Viçosa (MG): um estudo de coorte”. Trata-se de um estudo de coorte com crianças do município de Viçosa, nascidas entre outubro de 2011 e outubro de 2012. As crianças foram avaliadas no primeiro, segundo, quarto e sexto mês, na Policlínica Municipal de Viçosa. Participaram de todas as quatro avaliações agendadas 240 crianças. Foi aplicado um questionário semiestruturado com variáveis sócio-demográficas, gestacionais, maternas e de práticas alimentares da criança. Os dados de nascimento foram obtidos nas Declarações de Nascidos Vivos no hospital. O estado nutricional das crianças foi avaliado de acordo com os índices comprimento/idade e IMC/idade, expressos em escore-z, utilizando-se a referência antropométrica da Organização Mundial da Saúde. Realizou-se a regressão de Poisson com variância robusta para se estimar o risco relativo dos desfechos (déficit de comprimento e excesso de peso) para as variáveis independentes investigadas no estudo, no mês onde esses desfechos tiveram a maior incidência. A velocidade de ganho de peso (gramas/dia) e ganho de comprimento (centímetros/mês) das crianças foi calculada em todas as consultas. Foram comparadas médias da velocidade de crescimento segundo as variáveis investigadas. Para comparação de variáveis paramétricas foram utilizados o teste t de Student ou análise de variância (ANOVA). A comparação de variáveis não- paramétricas foi realizada por meio do teste Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis. Foi considerado o nível de significância de 5% para todas as análises. A maior incidência de déficit de comprimento e excesso de peso foi observada no primeiro (9,6%) e sexto mês (8,3%), respectivamente. Na análise múltipla, apresentaram maiores riscos para o déficit de comprimento as crianças do sexo masculino (RR: 2,49; p=0,014) e de mães que referiram ter fumado na gestação (RR: 4,57; p<0,001), e o aumento no comprimento ao nascer foi fator de proteção (RR: 0,55; p<0,001). Os fatores associados ao excesso de peso na análise múltipla foram: o peso ao nascer elevado (RR: 4,63; p=0,003) e o aumento da velocidade de ganho de peso (gramas/dia) até o sexto mês (RR: 1,25; p<0,001). No primeiro mês, a velocidade de ganho de peso (VGP1) das crianças nascidas de parto cesáreo foi menor (p=0,022). A velocidade de ganho de comprimento até os seis meses (VGC6) foi maior entre as crianças que nasceram com peso insuficiente (p=0,035) e menor entre aquelas que nasceram com peso elevado (p=0,006). As crianças que estavam em aleitamento exclusivo ou predominante apresentaram maiores valores de VGP1 (p<0,001). A VGP1 e VGC1 das crianças que consumiam fórmula infantil foi menor (p<0,001 e p=0,006). No segundo mês, a VGP2 e VGC2 foram maiores entre as crianças em aleitamento exclusivo ou predominante (p<0,001 e p=0,015) e menores entre as que consumiam fórmula infantil (p<0,001 e p<0,001) e água (p=0,019 e p=0,033). Os filhos de mães que referiram dificuldade na amamentação apresentaram menor VGP1, VGP2 e VGC2 (p<0,001, p=0,004 e p=0,047). As crianças com quatro meses que consumiam mingau apresentaram menores VGP4 (p=0,014) e VGC4 (p=0,003). No sexto mês o consumo de fórmula infantil se mostrou associado a menores valores de VGP6 (p=0,047). O uso de chupeta esteve associado às menores VGP no primeiro (p=0,023), segundo (<0,001) e quarto (p=0,006) mês. Os resultados apresentados neste estudo reforçam a importância do acompanhamento do crescimento de crianças nos primeiros seis meses de vida, tendo em vista que esse é considerado um período crítico no crescimento infantil e suscetível a desordens nutricionais.