Qualidade do consumo alimentar de crianças em período de alimentação complementar: associação com fatores maternos e estado nutricional infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Soares, Marcela Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29761
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.225
Resumo: A qualidade da alimentação infantil é caracterizada pelo aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, que são pró-inflamatórios e se associam ao excesso de peso, além de ser influenciada pelas escolhas maternas. Diante disso, o objetivo do estudo foi relacionar a qualidade da alimentação complementar e o excesso de peso em crianças de seis a 24 meses com fatores maternos. Estudo transversal, realizado com 231 pares de mães-crianças, nas Unidades Básicas de Saúde do município de Viçosa-MG. Aplicou-se questionário contendo questões demográficas, socioeconômicas, comportamentais, de saúde e nutrição dos pares. Aferiu-se o peso e a estatura das mães, e o peso e o comprimento das crianças. Calculou-se o índice de massa corporal das mães e índices peso/idade, peso/estatura e índice de massa corporal/idade das crianças. Aplicou-se três recordatório de 24 horas (R24h), incluindo investigação do consumo de leite materno. Utilizou-se a classificação NOVA, para agrupar os alimentos segundo o grau de processamento. O potencial inflamatório da dieta dos pares foi avaliado pelo índice inflamatório da dieta validado para a população (IID-M) e índice inflamatório da dieta validado para crianças (IID-C), respectivamente. Identificou-se o padrão alimentar pela Análise de Componentes Principais. As associações foram testadas mediante regressão logística multinomial e análise de caminhos. A oferta de alimentos ultraprocessados às crianças associou-se à idade da criança (T2: OR = 1,17, p <0,001; T3: OR = 1,23, p <0,001), ausência do consumo de leite materno (T3: OR = 3,82, p = 0,006) e o maior consumo desses alimentos pelas mães (T2: OR = 3,15, p = 0,018; T3: OR = 4,59, p = 0,004). Cerca de 28% das crianças apresentavam excesso de peso. A dieta da criança apresentou caráter anti-inflamatório (-0,37 ± 0,91) e a das mães pró inflamatório (+0,24 ± 0,86). Verificou-se efeito direto negativo da escolaridade sobre o excesso de peso (CP= -0,180; p=0,034) e IID-C (CP= -0,167; p= 0,002); efeito direto negativo da prática do aleitamento materno sobre o IID-C (CP: -0,294; p<0,001); e efeito direto positivo do IID-M sobre o IID-C (CP: 0,119; p:0,021). Identificou-se cinco padrões alimentares, a saber: “Lácteo”, “Lanche”, “Tradicional”. “Não saudável”, “Sopas”. A idade da criança associou-se positivamente aos padrões “Lácteos”, “Lanches”, “Tradicional” e “Não Saudável”. Crianças com dieta mais pró-8 inflamatório tiveram maior adesão aos padrões “Lácteos”, “Lanche” e “Não Saudável” e menor adesão às “Sopas”. Os “Lácteos” e “Sopas” se associaram positivamente à condição socioeconômica e a adesão aos “Lácteos” aumentou com a condição socioeconômica. Crianças que não usavam mamadeira apresentaram menor adesão ao padrão “Lácteos”, e aquelas com excesso de peso apresentaram maior adesão ao “Não saudável”. Concluímos que já se encontram padrões alimentares inadequados e uma elevada prevalência de alimentos ultraprocessados na alimentação de crianças de 6 a 24 meses. A qualidade da alimentação destas crianças esteve associada à escolaridade materna, condição socioeconômica, consumo de alimentos ultraprocessados e potencial inflamatório da dieta materna, e prática do aleitamento materno. Concluímos, ainda, que o excesso de peso infantil esteve associado à qualidade da alimentação de crianças ainda nos dois primeiros anos de vida. Palavras-chave: Aleitamento materno. Alimentação complementar. Alimentos ultraprocessados. Consumo alimentar. Criança. Dieta inflamatória. Escolaridade. Estado nutricional. Índice inflamatório da dieta. Padrão alimentar. Obesidade.9