Ciclagem bioquímica e biogeoquímica de nutrientes em teca
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/29345 |
Resumo: | A dinâmica da ciclagem de nutrientes em florestas caducifólias, como, a teca influencia no manejo nutricional adequado dos plantios. Assim, objetivou-se com o trabalho: i) avaliar a variação temporal dos teores de nutrientes em folhas de teca; ii) determinar a melhor posição na copa e o período para amostragem foliar visando o diagnóstico do estado nutricional dos plantios; iii) estimar a magnitude relativa da ciclagem bioquímica nas folhas e no lenho; iv) avaliar a dinâmica de decomposição do litter e a liberação de nutrientes e compostos orgânicos para o solo. Os trabalhos foram realizados em teca clonal em São José do Rio Claro, Mato Grosso. Para a determinação da ciclagem bioquímica nas folhas e da posição na copa para a diagnose foliar foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, considerando 26 árvores médias, coletando-se mensalmente (12 meses) folhas, na parte central dos ramos do terço inferior, médio e superior das copas. Para avaliar a ciclagem bioquímica no lenho foi considerada uma árvore média, da qual foram retirados discos de 2,5 cm de espessura, nas secções: 0%, 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial. Em cada disco na posição radial foram retiradas amostras próximas à casca até o centro do disco. O número de amostras retiradas da posição radial de cada disco variou com a localização do mesmo na árvore. Nas amostras de folhas e lenho, foram determinados os teores de macronutrientes. Foi calculada a Magnitude Relativa da Ciclagem Bioquímica (MRCB) na folha e no lenho. O experimento para determinação da ciclagem biogeoquímica foi realizado dispondo, no povoamento, 12 coletores de litter. O litter depositado nos coletores no período seco foi disposto em 72 litter bags. Mensalmente (11 meses), foram retirados 6 litter bags para avaliação da decomposição, e dos teores e conteúdos dos macronutrientes. Os litter bags foram coletados em: 0; 0,25; 0,58; 0,75 e 0,91 ano, para a realização das análises: lignina solúvel (LGS), insolúvel (LGI) e total (LIG), carbono orgânico total (COT), holocelulose (HOLO), extrativos (EX), polifenóis (POLF), taninos (TAN) e polissacarídeos (POLS). Amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-20, 20-40 e 40-60 cm para a determinação de: carbono lábil (CL), carbono e nitrogênio da biomassa microbiana (CBM e NBM), nitrogênio total (NT), carbono orgânico total no solo e na matéria orgânica particulada (CMOP) e matéria orgânica associada aos minerais (CMAM), fenóis solúveis em água (FSA) e polissacarídeos. As mesmas amostras foram submetidas às análises de fertilidade. Foram calculadas as relações para o resíduo: C/N, C/P, C/S, LIG/N, LIG/P, LIG/POLF e LIG+POLF/N; e para o solo: C/N e CBM/NBM. Para a diagnose foliar em povoamento de teca clonal nas condições edafoclimáticas do Mato Grosso é indicada a coleta das folhas na posição inferior da copa e na região central dos ramos, de dezembro a fevereiro. Os nutrientes N, P, K e S foram retranslocados no período de senescência das folhas de teca clonal para algum órgão de reserva da planta. O teor de Ca e Mg permaneceu inalterado em grande parte nas folhas senescentes. A MRCB nas folhas considerando o período antes da abscisão e após o reenfolhamento (MRCB máxima) foi em média 95% para N, P, K e S, e 71% para Mg. Após o reenfolhamento para a construção da reserva, a MRCB foi em média 44,3% para N, P, K e Mg, e de modo geral seguiu a ordem: Mg>K>P>N. No lenho a MRCB dos nutrientes seguiu a ordem: P>K>N>Mg, sendo maior na posição correspondente a 25% da altura total do fuste. A ciclagem bioquímica de nutrientes nas folhas e no lenho pode contribuir para reduzir a quantidade da adubação, correspondendo a 61,3 kg ha -1 N, 4,9 kg ha -1 P, 43,2 kg ha -1 K e 24,7 kg ha -1 Mg. O litter em plantios de teca no período seco foi constituído principalmente por folhas, com decomposição lenta (T 1/2 de 0,736 ano) em razão da alta concentração da LGI. No litter, a velocidade de liberação dos nutrientes, seguiu a ordem decrescente: K>Ca>Mg>P>N, sendo a contribuição da ciclagem biogeoquímica de 17,5 kg ha -1 N, 1,5 kg ha -1 P, 15,8 kg ha -1 K, 61,0 kg ha -1 Ca e 28,5 kg ha -1 Mg. A transferência dos nutrientes e compostos orgânicos do litter para o solo foi mais perceptível na profundidade de 0-20 cm, sendo maior entre 0,25 ano a 0,75 ano. A fertilidade do solo foi melhorada com o aumento do pH, teor de Ca e Mg, soma de bases, saturação por base, capacidade de troca catiônica (CTC) efetiva, CTC total e ausência de alumínio; houve ainda aumento da matéria orgânica do solo expressa pelo maior teor de CL, COT, NT, índice C/N, POLS, CMAM, CMOP e FSA. |