Dispersão de Colletotrichum gloeosporioides, agente etiológico da antracnose da cebola, pela água

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Viegas, Ernesto do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10991
Resumo: Apesar de a antracnose foliar, causada por Colletotrichum gloeosporioides, ser uma das doenças mais importantes da cebola, não há informações sobre a dispersão do patógeno nas condições do Brasil. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a dispersão de conídios do patógeno por respingos de água e verificar a importância de restos de cultura infestados como fontes de inóculo do patógeno. Estudou-se o gradiente de dispersão de C. gloeosporioides, a partir de três fontes de inóculo (colônias de fungo esporulando em aveia-ágar, restos de cultura de plantas doentes ou plantas doentes com acérvulos). Para tanto, realizaram-se três experimentos: i – 3, 5 ou 7 gotas de água de 2, 3, 4, 5 ou 6 mm de diâmetro foram produzidas a 2,5 m de altura e deixadas cair sobre cada fonte. Respingos carreando esporos foram coletados em lâminas de microscópio posicionadas em linha reta, na horizontal, nas distâncias de 2,5 a 17,5 cm e em mudas de cebola nas distâncias de 7 a 21 cm a partir de cada fonte; ii – com um simulador de chuvas, operando a 32,75 kPa de pressão por 5 min, produziram-se intensidades de chuva de 32, 50, 72, 90 ou -1 105 mmh , sobre cada fonte. Os respingos de água carreando esporos foram coletados em fundos de placas de Petri posicionados em linha reta, na horizontal, nas distâncias de 10 a 60 cm a partir da fonte; iii – sob condições de campo, parcelas de cebola foram irrigadas por aspersão e a água carreando esporos foi coletada como em “ii”, mas em distâncias de 10 a 50 cm a partir da fonte. Para cada experimento, o número de esporos na suspensão resultante foi determinado com um hemacitômetro. Nos três experimentos, obteve-se melhor ajuste dos dados de dispersão de C. gloeosporioides com o modelo exponencial linearizado. No experimento “i”, a inclinação do gradiente (“b”) foi similar para os diferentes números de gotas, mas decresceu com o aumento do diâmetro. No experimento “ii”, os valores de “b” foram menores a partir de colônias em aveia-ágar que de plantas doentes ou de restos de cultura infestados. A inclinação do gradiente aumentou com o aumento da intensidade da chuva. Os valores da área abaixo da curva de gradiente de dispersão (AACGD) não aumentaram com o aumento na intensidade da chuva. No experimento “iii”, os valores do intercepto foram maiores e o gradiente foi mais inclinado a partir de colônias em aveia-ágar que para restos de cultura e plantas doentes. Nos três experimentos, os valores de AACGD foram estatisticamente maiores (P = 0,05), quando colônias em aveia- ágar eram a fonte de inóculo, e, em geral, não se constatou diferença entre as outras duas fontes. Em vista do obtido, concluiu-se que, considerando-se a dispersão de C. gloeosporioides, restos de cultura infestados são fontes de inóculo tão importantes quanto plantas de cebola doentes.