Consumo, digestibilidades total e parcial, produção microbiana e exigências de proteína para mantença de bovinos Nelore

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Véras, Robson Magno Liberal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1908
Resumo: Na realização desta pesquisa, foram conduzidos dois experimentos no período de maio a novembro de 2004. Cada período experimental teve duração de 15 dias nove para adaptação às dietas e seis para as coletas. No primeiro, doze bovinos Nelore de três condições sexuais (CS), sendo quatro fêmeas, quatro machos castrados e quatro machos não-castrados, com idade aproximada de 15 meses e peso vivo médio de 235, 249 e 239 kg, respectivamente, foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 3, sendo dois níveis de concentrado (25 ou 50%) e três CS, objetivando-se estudar o consumo, a digestibilidade total e parcial dos nutrientes, a produção microbiana e os parâmetros ruminais. A produção de matéria seca fecal e os fluxos de matéria seca (MS) no duodeno foram estimados com o óxido crômico. As coletas de líquido ruminal, para determinar o pH e a concentração de amônia, foram realizadas antes do fornecimento da dieta e 2, 4 e 6 horas após a alimentação e, para isolar os microrganismos ruminais, 6 horas após o fornecimento da dieta. Não houve interação significativa entre níveis de concentrado e CS para nenhum dos consumos observados e também para as digestibilidades aparentes totais e parciais dos nutrientes, com exceção do EE. Os consumos de MS, MO, EE, PB, NDT, em kg/dia, e de MS em % do PV ou em g/kg0,75, não foram influenciados pelos níveis de concentrado ou CS. O aumento do nível de concentrado reduziu a digestibilidade da FDN. Os teores médios de N nas bactérias variaram de 6,91 a 7,39% da MS. O fluxo de nutrientes e a eficiência microbiana, expressa de diferentes formas, com exceção de gNmic/kgMODR, não foram influenciados pelos níveis de concentrados e CS. A concentração de NH3 máxima de 14,55 mg/dL foi estimada 1,83 horas após a alimentação. Concluiu-se que o aumento dos níveis de concentrado na dieta não resultou em respostas positivas para os consumos, as digestibilidades parciais e totais da maioria dos nutrientes e a produção microbiana. No segundo experimento, objetivou-se avaliar os consumos, as digestibilidades totais e parciais da MS, MO, PB, EE, FDN e CNF, a produção microbiana, os parâmetros ruminais, o balanço de nitrogênio, e as exigências de proteína para mantença, em doze bovinos Nelore, fistulados no rúmen e duodeno, de três (CS), sendo quatro fêmeas, quatro machos castrados e quatro machos não-castrados, com idade aproximada de 16 meses e peso vivo médio de 254,8; 285,1 e 265,6 kg, respectivamente, distribuídos em três quadrados latinos 4 x 4, sendo quatro animais, quatro níveis de proteína bruta (7, 10, 13 e 15%) e quatro períodos. As amostras foram incubadas em um animal de cada condição sexual, para se estimar a degradabilidade dos ingredientes. O pH e a concentração de amônia foram determinados antes e após a alimentação e, para isolar os microrganismos ruminais, coletas de digesta ruminal foram efetuadas 6 horas após o fornecimento da dieta. As concentrações de uréia foram estimadas na urina e no soro sangüíneo. A produção de MS fecal e os fluxos de MS no duodeno foram estimados com a fibra em detergente acido indigestível. A coleta total de urina de cada animal foi realizada do 13o ao 14o dia de cada período. O nitrogênio metabólico fecal (NMF) foi estimado por regressão entre o N absorvido (Y) e a ingestão de N (X), expressos em g/kg MS. Para nenhum dos consumos dos nutrientes, houve efeito significativo da interação quadrado latino (condição sexual) e níveis de proteína nas dietas. Os consumos diários de todos os nutrientes foram influenciados pelos níveis de PB das dietas, com exceção do EE e CNF. As digestibilidades totais da MS, MO, PB, FDN e CNF foram influenciadas pelos níveis de PB nas dietas, assim como houve aumento das concentrações de uréia no soro (US), nitrogênio uréico no soro (NUS) e uréia na urina (UU). Ao contrário do pH, houve interação entre níveis de PB na dieta, e tempos de coleta, para o NH3. Os consumos, as digestibilidades dos nutrientes e a produção microbiana, como também as digestões ruminais, com exceção da PB, não foram influenciados pela condição sexual. Conclui-se que as digestibilidades totais da maioria dos nutrientes foram incrementadas com o aumento do teor de PB nas dietas. Houve efeito da condição sexual apenas sobre o nitrogênio ingerido, observando-se maior consumo para os machos castrados em relação às fêmeas. A ingestão de compostos nitrogenados, a excreção fecal e urinário e o balanço de compostos nitrogenados aumentaram linearmente com os teores dietéticos de PB. Foram registrados valores de 6,69 de gN/kgMS ingerida e 0,133 gN/kg0,75 para o NMF e nitrogênio endógeno urinário (NEU), respectivamente. A exigência líquida de proteína foi estimada em 0,431 gN/kg0,75 ou 2,69 g de proteína/ kg0,75. As exigências de proteína metabolizável para mantença, de 4,0 g/kg0,75, não variaram para animais Nelore de diferentes condições sexuais.