Farelo de mamona tratado com óxido de cálcio, fornecido seco ou úmido para cordeiros
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Mestrado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5738 |
Resumo: | O crescimento gradual da participação do biodiesel na matriz energética mundial cria necessidade de estudos sobre a utilização dos co-produtos gerados nesta cadeia produtiva na alimentação animal, sobretudo para pequenos ruminantes. Neste sentido, propõe-se avaliar o co-produto da extração de óleo de sementes de mamona (Ricinus communis), farelo de mamona (FM), na alimentação de ovinos. No experimento avaliou-se o uso do farelo de mamona tratado com 60g de (CaO)/kg, fornecido, seco ou úmido, sobre o consumo e digestibilidade, desempenho, balanço de nitrogênio e função hepática em cordeiros. O FM foi obtido após extração do óleo de sementes de mamona utilizando-se solvente orgânico. O tratamento do FM foi realizado utilizando solução de óxido de cálcio (CaO), preparada diluindo-se cada kg em 10 litros de água. Após a mistura desta solução ao FM, este permaneceu em repouso por 18 horas, sendo parte do mesmo seco em terreiro de cimento e parte fornecido após o período de descaso para os animais. Foram utilizados 35 cordeiros machos, deslanados, não castrados, sem raça definida com peso inicial médio de 20 ± 0,253 kg mantidos em gaiolas individuais por 85 dias, sendo 15 dias de adaptação e 70 dias para coleta de dados. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em cinco tratamentos, arranjados em esquema fatorial 2x2+1, sendo dois níveis de substituição ao farelo de soja pelo farelo de mamona (50 e 100%) e duas formas de fornecimento do farelo de mamona (seco ou úmido) e um tratamento controle à base do farelo de soja. A dieta foi composta por 60% de silagem de milho e 40% de concentrado (na base MS), sendo isonitrogenadas, com 15% de PB (base da MS), de forma a atender as exigências nutricionais de um ovino com 20 kg de peso corporal e ganho médio diário de 200 g. Não se observou interação (P>0,05) entre o nível de substituição do FS pelo FM e o tipo de farelo de mamona tratado (seco ou úmido) para nenhuma das características avaliadas neste experimento. O consumo de MS e dos nutrientes (P>0,05), exceto proteína bruta (PB) e carboidratos não fibrosos (CNF) (P<0,05), quando expressos em g/kgPC, não diferiu entre os tratamentos. A digestibilidade da MS, matéria orgânica (MO), extrato etéreo (EE), fibra solúvel em detergente neutro corrigida para cinza e proteína (FDNcp), e NDT não diferiu (P>0,05) entre os tratamentos avaliados. No entanto, foi observado efeito quadrático sobre a digestibilidade do CNF (P=0,015). O peso vivo final (PVF), o ganho médio diário (GMD), o peso de carcaça quente (PCQ), o peso de carcaça fria (PCF) e o rendimento de carcaça fria (RCF), não diferiram entre os tratamentos avaliados (P>0,05). No entanto, observa-se efeito quadrático (P=0,041) para o rendimento de carcaça quente (RCQ), quando o FS foi substituído pelo FMTU, com ponto máximo em 45,66% de substituição. Comportamento semelhante foi observado para as perdas por resfriamento (PR), também com efeito quadrático (P<0,001), em função do nível de substituição do FS pelo FMTS e FMTU (P=0,041). Não foi encontrada diferença no nitrogênio ingerido (NI) (P>0,05). O nitrogênio fecal (NF) quando apresentado em g/dia (P>0.05) não apresentou diferença. Porém, quando apresentado em % do N ingerido apresentou efeito linear negativo em função do aumento do nível de substituição do FS pelo FMTS (P=0,050) e FMTU (P=0,045). A excreção de N via urina apresentou efeito quadrático (P=0,002), com maior excreção de N nos tratamentos com 50% de substituição. O efeito quadrático na excreção de N via urina também refletiu na excreção urinária de uréia (P=0,016) e (P<0,001). Os níveis séricos de enzimas relacionadas com função hepática não se alteraram. Conclui-se que é possível a substituição total ou parcial do farelo de soja pelo farelo de mamona tratado com óxido de cálcio micropulverizada, nas formas seca ou úmida, na dieta de ovinos em confinamento, quando alimentados até o nível de 18% da MS total. |