Toxicidade e alterações comportamentais no percevejo-marron-da- soja decorrentes da exposição por contato a imidaclopride

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mendes, Marcos Vinícius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/26686
Resumo: Euschistus heros tem se destacado como um dos percevejos que mais causa danos em cultivos de soja no Brasil. Estes insetos podem causar vários danos à plantação, pois são fitófagos e utilizam de um estilete que possuem no aparelho bucal para sugar seiva da planta, afetando o desenvolvimento e a qualidade da semente, podendo ainda transmitir microrganismos. O controle desta praga, ainda baseia-se forte- mente no uso extensivo de inseticidas de ação neurotóxica como organofosforados e, mais recentemente, neonicotinóides e piretróides. Estudos sobre a toxicidade de neonicotinóides (aplicados isoladamente ou em mistura) em E. heros já tem sido objeto de investigações. Entretanto, estudos com o objetivo de compreender os efeitos colaterais da exposição subletal de inseticidas a E. heros ainda são completamente negligenciados. Doses subletais de neonicotinóides e piretróides são conhecidas por causar perturbações em padrões comportamentais chaves em insetos, que consequentemente podem conduzir a desordens na dinâmica populacional destes animais. Portanto, este trabalho foi conduzido com os objetivos de avaliar a toxicidade do imidaclopride e uma possível potencialização desta toxicidade mediante adição de sal de cozinha, bem como averiguar distúrbios reprodutivos e comportamentais cau- sados por exposição subletal de E. heros a este inseticida. Neste contexto adultos sexualmente imaturos de E. heros foram expostos a concentrações subletais de imidaclopride e os comportamentos locomotores e de acasalamento bem como, parâmetros reprodutivos deste animais foram avaliados. As curvas de concentração-mortalidade obtidas dos bioensaios para todos os instares estudados e demonstraram que o in- seticida apresenta maior toxicidade ao às ninfas de 4° instar quando na presença do sal de cozinha. Os estudos envolvendo distúrbios comportamentais antes e depois do acasalamento demonstraram que fêmeas tratadas, quando acasaladas com machos não-tratados, tiveram um menor tempo de corte um maior tempo de cópula, mostrando que possíveis essas alterações podem ser resposta da exposição à doses subletais de imidaclopride, alterações tais que podem acarretar a longo prazo, em um queda na taxa reprodutiva desses indivíduos. Quanto aos estudos sobre a desempenho reprodutivo, apesar de um aumento no tempo de cópula, essas fêmeas tratadas que foram acasaladas com machos não-tratados apresentaram uma queda no número de posturas por dia e a ausência de um pico de oviposição. Quando comparados quanto ao número de ovos colocados por dia todos os indivíduos trata- dos com doses subletais de imidaclopride possuíram uma queda no número de ovos colocados por dia, todos os tratamentos com a presença de dose subletal de inseticida tiveram alterações, sendo que os tratamentos em que fêmeas e machos foram tratados e quando somente fêmeas foram tratadas tiveram um pico de oviposição significativamente menor e com certo atraso na ocorrência quando comparados ao controle. Esses resultados mostram a necessidade de mais estudos acerca das alterações causadas por doses subletais de inseticida em pentatomídeos e também em outros insetos. A compreensão minuciosa de como a exposições subletais a inseticidas alteram padrões comportamentais de insetos contribui, em última análise, para um manejo de praga mais eficiente.