Exigências nutricionais e validação da seção HH para predição da composição corporal de zebuínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Paulino, Pedro Veiga Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11098
Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido buscando determinar: a composição corporal, as exigências de energia, proteína, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e sódio, bem como as eficiências de utilização da energia metabolizável para mantença e ganho de peso, e validar a seção HH como técnica indireta para predição da composição física e química da carcaça e, conseqüentemente, do corpo vazio de animais zebuínos. Foram utilizados 19 bovinos anelorados, castrados, com peso vivo médio inicial de 270 kg. Quatro animais foram abatidos no início do experimento, compondo o grupo referência, três foram alimentados ao nível de mantença e os demais distribuídos uniformemente em delineamento inteiramente casualizado, em três tratamentos, com três níveis de concentrado nas dietas (5, 35 e 65%, na base da MS total). Como volumoso utilizou-se o pré-secado de capim-braquiária (Brachiaria brizantha), que foi substituído, no terço final do experimento pelo pré-secado de capim-tifton 85 (Cynodon spp). Após o abate dos animais, todas ixas carcaças direita foram dissecadas completamente. A composição química do corpo vazio foi obtida pela análise química de todos os tecidos corporais. As exigências líquidas para ganho de peso de cada nutriente foram determinadas a partir da derivada das equações de estimativa do conteúdo corporal de proteína, energia, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e sódio. A exigência líquida de energia para mantença foi estimada como o anti-log da intercepta da equação obtida pela regressão linear entre o logaritmo da produção de calor e o consumo de energia metabolizável. As eficiências de utilização da energia metabolizável para mantença (k m ) e ganho de peso (k f ) foram estimadas a partir da relação entre os teores de energia líquida, para mantença ou ganho, respectivamente, e de energia metabolizável da dieta. A comparação entre as composições física e química observadas na carcaça e aquelas estimadas pela seção HH foram efetuadas por intermédio do ajuste do modelo de regressão linear simples (REG 1) dos valores estimados sobre os valores observados, através do programa estatístico SAS (1997). Os níveis de concentrado (NC) das dietas influenciaram (P<0,05) a composição física e química da carcaça. Com o aumento do NC, a porcentagem do tecido adiposo e o conteúdo de extrato etéreo da carcaça aumentaram linearmente, enquanto os tecidos muscular e ósseo decresceram linearmente, sendo o mesmo comportamento observado para os teores de Ca, P e Na da carcaça. Os teores de PB, Mg e K da carcaça não foram afetados pelo NC das dietas, apresentando valores médios de 17,77; 0,04 e 0,23 %, respectivamente. A seção HH estimou de forma satisfatória a composição física da carcaça de animais zebuínos, o mesmo não ocorrendo para a composição química. Os teores de proteína, água, cinzas, fósforo, magnésio, potássio e sódio da carcaça foram estimados adequadamente pela seção HH, enquanto que o teor de gordura foi superestimado e o de cálcio subestimado. Foram ajustadas equações de regressão entre os teores de gordura observados na seção HH e na carcaça, bem como para os teores de cálcio, no intuito de se estimar o conteúdo dessas frações na carcaça a partir da análise química da seção HH: % EE carcaça = 1,0709 + 0,7854 % EE na seção HH (r 2 = 0,97) e % Ca carcaça = -0,2433 + 1,2832 % Ca na seção HH (r 2 = 0,69). De forma análoga, foram geradas equações entre os teores de gordura, proteína, água e cinzas no corpo vazio xem função dos teores desses mesmos constituintes na seção HH. O requisito energético para mantença foi de 74,51 kcal/PCVZ 0,75 ou de 68,60 kcal/PV 0,75 . Para a estimativa da energia retida (ER) diária, em Mcal, obteve-se a equação: ER = 0,0718 PCVZ 0,75 * GDPCZ 0,9658 , enquanto para proteína retida (PR) , em g/dia, a equação obtida foi: PR = -37,0401 + 213,024 GPVJ – 17,1430 ER. Para conversão das exigências para ganho de peso de corpo vazio em exigências para ganho de peso vivo, deve-se multiplicar o ganho de PCVZ pelo fator 0,90, obtido neste trabalho. A k m foi de 0,66 e a k f variou de 0,26 a 0,46. As relações g Ca/100g de PR e g P/100g de PR foram iguais a 10,92 e 5,26, respectivamente. As exigências dietéticas de Ca e Mg foram semelhantes às recomendadas pelo NRC (1996) ao passo que as de K e Na foram inferiores e as de P superiores às recomendadas pelo referido conselho.