Epidemiologia comparativa da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi Sydow) em cultivares de soja de diferentes grupos de maturação
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Etiologia; Epidemiologia; Controle Doutorado em Fitopatologia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1053 |
Resumo: | Desde o primeiro relato na América do Sul em 2001, a ferrugem asiática da soja (FAS), causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, tem causado danos significativas em todas as regiões de produtoras de soja no Brasil. O potencial da FAS em causar danos impulsionou pesquisas visando aspectos do uso de fungicidas como eficácia, número de aplicações, momento ideal para aplicação. Porém esses critérios desconsideram os aspectos epidemiológicos da FAS e atributos do crescimento das plantas de diferente cultivar, podendo comprometer o manejo da doença em condições de epidemias. Pouco se conhece sobre o comportamento epidemiológico da FAS em função dos diferentes grupos de maturação das cultivares disponíveis aos sojicultores, surgindo o interesse em desenvolver este trabalho, que teve como objetivos: 1) Comparar a dinâmica temporal da FAS em três cultivares de soja com diferentes grupos de maturação e também aquelas semeadas em quatro épocas, para entender o comportamento das epidemias, bem como estabelecer alternativas para maximizar o manejo da FAS. 2) Avaliar a associação do índice de área foliar (IAF) entre os diferentes cultivares de soja sob a dinâmica temporal da FAS. Foram realizados oito experimentos na área experimental da Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Integrado de Rio Verde, localizado no Município de Lucas do Rio Verde, MT. Utilizaram-se três cultivares de soja com diferentes grupos de maturação, todas suscetíveis à FAS, a saber: P98Y11RR (grupo precoce; 95-110 dias), MSOY-8527RR (grupo médio; 111-120 dias) e MSOY-9144RR (grupo tardio; maior que 121 dias). Os resultados demonstraram que as curvas do progresso da FAS para diferente cultivar apresentaram diferente comportamento epidemiológico. Com exceção da quarta época de semeadura, a área abaixo da curva do progresso da ferrugem relativa (AACPFR) foi maior nas plantas da cultivar precoce do que nas demais. Para a cultivar do grupo médio, a AACPFR foi menor do que para a cultivar do grupo precoce em todas as épocas de semeadura, em ambas as safras. Os maiores valores da taxa de progresso (rGomp) foram observados nas cultivares precoces, independentemente da época de semeadura, com valores de 0,0654; 0,0659; 0,0782; e 0,0891, respectivamente, nas épocas de semeadura de outubro, novembro, dezembro e janeiro. No entanto, os menores valores de rGomp foram observados na cultivar de grupo tardio, independentemente da época de semeadura, com valores de 0,0368; 0,0431; 0,0473; e 0,0563, respectivamente, para a épocas de semeadura de outubro, novembro, dezembro e janeiro. Tanto os valores de severidade máxima (ymax) e tempo para atingir a máxima intensidade da FAS (TAMIFAS) reforçam que os cultivares precoces apresentaram maiores valores. Em relação à TAMIFAS, os cultivares precoces atingem mais rapidamente o índice de área foliar absoluta. Em relação à associação do IAF e à dinâmica temporal da FAS, observou-se o encurtamento do grupo das cultivares nas diferentes épocas. O IAF variou entre as cultivares P98Y11RR (grupo precoce), MSOY-8527RR (grupo médio) e MSOY-9144RR (grupo tardio), nas diferentes épocas de semeadura, afetando a dinâmica temporal da FAS. Os maiores valores de IAF ocorreram nas plantas referentes à semeadura na época 1. A área abaixo da curva de crescimento IAF relativa (AACCIAFR) foi maior nas plantas da cultivar tardia do que nas demais cultivares. O fato de que AACPFR se manteve constante entre as épocas de semeadura para a cultivar tardia sugere que o IAF teve forte influência no progresso da FAS nas plantas das cultivares precoces do que nas plantas das cultivares média e tardia. Isso confirma que nas cultivares precoces a proporção de área foliar doente em relação à área foliar sadia é reduzida rapidamente pelo fato de a FAS atingir a área foliar e, consequentemente, o IAF, em comparação com cultivares médias e tardias que apresentaram maiores IAF. Portanto, assumindo uma mesma intensidade, a FAS, nas três cultivares (precoce, médio e tardio), a cultivar precoce alcançará mais rapidamente a área foliar sadia, ou seja, essas cultivares apresentaram maior dependência do tecido foliar verde, em comparação com as cultivares médias e tardias, devido às diferenças nas proporções da área foliar sadia e da área foliar doente que compõem o IAF total. |