Glândulas salivares labiais de cães: estudo in situ e após transplantação em olhos hígidos ou portadores de ceratoconjuntivite seca experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Galvão, Simone Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Doutorado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dog
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1472
Resumo: Foram avaliadas glândulas salivares labiais de cães in situ e após transplantadas na conjuntiva da pálpebra superior de olhos hígidos ou olhos portadores de ceratoconjuntivite seca (CCS) experimental. No estudo in situ, glândulas salivares labiais, juntamente com a mucosa oral, foram removidas de 10 cadáveres de cães adultos, como peça única, no lábio inferior esquerdo na região anatômica do segundo dente pré-molar até a borda distal do segundo molar. Amostras das regiões rostral, média e caudal da peça foram processadas para avaliações morfológica, morfométrica e histoquímica. Para o estudo in vivo, constituído de duas etapas, foram utilizados 10 cães adultos, hígidos, distribuídos em dois grupos de cinco animais. Na etapa 1, a conjuntiva da pálpebra superior do olho esquerdo de cinco animais recebeu transplante de glândulas salivares labiais (TGSL) autógenas, formando o grupo hígido/TGSL e o olho contralateral foi utilizado como controle. Foram avaliados o sítio receptor e o doador, por meio de estudo clínico, a influência do transplante no olho hígido, por meio de exame clínico oftalmológico, e na 17a semana após a realização do transplante, os aspectos morfológico, morfométrico e histoquímico do tecido glandular. Na etapa 2, em cinco animais, foi desenvolvido o quadro de CCS experimental no olho esquerdo. Após estabelecimento do quadro clínico oftalmológico de CCS, a conjuntiva da pálpebra superior do olho esquerdo dos animais recebeu o TGSL autógenas, formando o grupo CCS/TGSL. Foram avaliados o sítio receptor, o sítio doador, a influência do transplante de glândulas salivares labiais autógenas na CCS, por meio de estudo clínico oftalmológico, e os aspectos morfológico, morfométrico e histoquímico do tecido glandular 17 semanas após o transplante. O TGSL autógenas, com 1,2 cm de extensão, foi obtido do lábio inferior esquerdo na região anatômica do último pré-molar e primeiro molar inferiores, e foi acondicionado na conjuntiva da pálpebra superior. No estudo in situ, as glândulas salivares labiais foram facilmente palpadas na região de coleta, tornando-se mais agrupadas no sentido caudal, e classificadas como glândulas exócrinas, compostas, túbuloacinosas, mistas, predominantemente mucosas, com presença de semiluas serosas envolvendo algumas unidades secretoras mucosas, sendo seu sistema de ductos formado por ductos intralobulares intercalares e estriados, ductos interlobulares e ducto excretor principal. Na região rostral havia menor quantidade de parênquima em relação às demais regiões, e o diâmetro dos ácinos se manteve equivalente nas três regiões. Houve reação positiva ao PAS e ao Alcian blue nas três regiões, demonstrando presença de mucinas neutras, ácidas carboxiladas e ácidas sulfatadas. As semiluas serosas apresentaram reação positiva ao Xylidine Ponceau, indicando presença de proteínas. No estudo in vivo, o TGSL autógenas com 1,2 cm de extensão foi coletado e acondicionado na conjuntiva da pálpebra superior sem apresentar complicações no sítio doador e receptor, respectivamente. Em olhos hígidos, após o transplante de glândulas labiais, não houve aumento (p>0,05) da produção de lágrima, nem interferência desfavorável tanto na estabilidade do filme lacrimal quanto na superfície da córnea. Os olhos com CCS experimental associados ao transplante apresentaram resultados clínicos favoráveis, quando comparados aos obtidos após indução do quadro, com presença de secreção salivar, confirmada pelo teste de Schirmer I e pela análise histoquímica. A secreção salivar lubrificou a superfície ocular tornando favorável o resultado da avaliação das células desvitalizadas. As glândulas salivares labiais transplantadas em olhos hígidos apresentaram maior preservação da arquitetura histológica do que em olhos com CCS experimental, sendo que em ambos, os transplantes demonstraram manutenção do padrão histoquímico.