Listeria monocytogenes: Caracterização da ilha de patogenicidade-3 e expressão de llsX em condições de estresse

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tavares, Rafaela de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Medicina Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/32426
Resumo: Listeria monocytogenes é um patógeno de origem alimentar que devido ao seu caráter ubíquo representa um importante problema a saúde pública. L. monocytogenes pode ser classificado em quatro diferentes linhagens evolutivas (I, II, III e IV), e em termos de doença sabe-se que a maior parte dos casos clínicos de listeriose estão associados ao sorotipo 4b, pertencente a linhagem I. A presença da Ilha de Patogenicidade 3 (LIPI-3) de L. monocytogenes pode ser associada a maior virulência desses isolados, pois esta ilha codifica a Listeriolisina S (LLS), um fator de virulência necessário para a sobrevivência do patógeno in vivo. A LIPI-3 tem sido identificada predominantemente em cepas da linhagem I de L. monocytogenes, demonstrando a heterogeneidade da distribuição dos fatores de virulência nos diferentes sorotipos desse patógeno. Por esta razão o objetivo deste trabalho foi realizar pesquisa de genes da LIPI-3 em cepas de L. monocytogenes, por meio de análises comparativas entre as cepas positivas e testes fenotípicos para a expressão da LIPI-3 in vitro em diferentes condições de estresse ácido. Homólogos dos oito genes da LIPI-3 (llsAGHXBYDP) foram identificados em 43% dos 35 isolados pesquisados, sendo presente apenas nos isolados da linhagem I de L. monocytogenes. Dentre os isolados LIPI-3 positivos, foi possível observar menor polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) e mutações nos isolados ST1 (4b) e ST3 (1/2b), quando comparados com os isolados ST218 (4b) e ST 288 (1/2b). Essa menor variabilidade genética da LIPI-3 em cepas provenientes de isolados clínicos (4b), quando comparada com isolados provenientes de alimentos (1/2b), destaca a importância da LIPI-3 como fator de virulência. O gene llsX é altamente conservado entre os diferentes STs estudados e pode ser utilizado como marcador na identificação de LIPI-3 em L. monocytogenes. No entanto, a variação de (SNPs) entre os isolados dos diferentes sorotipos demonstrou a alteração do peptídeo final obtido de LLS nos isolados ST218 (4b) e 288 (1/2b), o que pode resultar em menor potencial de virulência destas cepas. Sendo assim, a identificação do gene llsX em L. monocytogenes não pode ser relacionada a maior virulência dos isolados, o que destaca a importância da pesquisa genotípica no estabelecimento da epidemiologia correta de listeriose. Com base nos resultados obtidos na etapa de pesquisa da LIPI-3 em L. monocytogenes, três isolados distintos foram selecionados para a avaliação da expressão do gene llsX in vitro sob diferentes condições de estresse ácido; os resultados obtidos nesta etapa revelam diferenças significativas na expressão do gene llsX. Embora a expressão tenha sido observada para os dois sorotipos pesquisados (4b e 1/2a), a expressão de llsX após seis horas de estresse ácido só foi observada no isolado 4b, destacando a importância desse sorotipo e sua maior virulência associada em L. monocytogenes. Com o advento das novas técnicas de sequenciamento genético é possível realizar análises comparativas mais fidedignas e uma melhor classificação dos diferentes sorotipos de L. monocytogenes. O estudo da variação genética pode levar a uma melhor compreensão da heterogeneidade no perfil de virulência entre os isolados de L. monocytogenes pertencentes ao mesmo sorotipo, assim como a um melhor entendimento da função de LLS como fator de virulência.