A ciência em rede: os vínculos entre instituições e cientistas no contexto da modernização da agricultura (1958-1973)
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento Mestrado em Extensão Rural UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/4200 |
Resumo: | O objetivo desta dissertação consistiu em investigar os vínculos entre os cientistas e as instituições no contexto da modernização da agricultura. Nosso pressuposto central relaciona produção tecno-científico e sociedade, uma vez que as tecnologias são compostas em uma complexa rede de relações entre atores sociais. Cumpre-nos, portanto, analisar a natureza das interações dos diferentes interessados na construção da produção científica para o campo. A Universidade Rural de Minas Gerais e, posteriormente a Universidade Federal de Viçosa, por meio do convênio com a Universidade de Purdue dos Estados Unidos, promoveu um intercâmbio científico respaldado pela USAID. Para esta pesquisa, selecionamos documentos relacionados ao vínculo entre as duas universidades, neste caso, os relatórios do convênio Purdue- UREMG/UFV e jornais institucionais. No tocante à associação dos cientistas com as instituições envolvidas nesse convênio, lançamos mão do seguinte problema de pesquisa: qual o impacto dessas instituições na pesquisa da Universidade? Em que medida as agendas de pesquisa são moldadas pela influência desses vínculos? Constatamos com esta investigação que a produção tecno-científico na UREMG/UFV foi possibilitada pela existência da rede científica em Viçosa, pois a composição da associação dos cientistas envolveu uma gama de interessados. Neste caso, a rede não incluía apenas os membros da comunidade científica, mas também, políticos, burocratas do Estado e empresas privadas. Mesmo em posição de suposta fragilidade dos cientistas brasileiros diante do contato com os americanos, o poder de barganha foi acionado pelos pesquisadores para desenvolver seus interesses. Em complemento a este diagnóstico, recorremos à análise da Revista Ceres um importante periódico da UFV juntamente com a leitura dos relatórios do Projeto em busca de problematizar o envolvimento dos pesquisadores e outros atores em rede na prática científica. As pesquisas direcionadas ao melhoramento do milho e da soja envolveram a presença de técnicos, consultores e pesquisadores da Universidade de Purdue. A captação de recursos, o aumento da aparelhagem dos laboratórios e o auxílio nos trabalhos de campo possibilitaram o aumento de pesquisas e consequentemente o incremento de publicações de artigos no periódico estudado. O principal legado do convênio na prática científica foi, certamente, a orientação de projetos científicos e, por conseguinte, a proposição de agendas de pesquisa. Assim, a presença de cientistas estrangeiros contribuiu para a dinamização das pesquisas na Universidade. Obviamente, o projeto de desenvolvimento preconizado nos Estados Unidos foi vivenciado sem muito questionamento por parte dos cientistas daqui. Porém, notamos que a presença americana na rede científica não significava um absoluto protagonismo ou completa submissão na prática da pesquisa. A condução de muitos projetos iniciados por professores estrangeiros foram continuados ou ganharam novos rumos. |