O mercado de câmbio e a taxa de câmbio na economia brasileira: 1999 a 2007

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cassuce, Francisco Carlos da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Doutorado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/104
Resumo: O processo de abertura comercial e de flexibilização da conta capital, iniciado nos anos 1990, aliado à adoção de um regime de câmbio flutuante a partir de janeiro de 1999, fizeram da taxa de câmbio uma das principais variáveis econômicas brasileiras. Diante disso, este trabalho analisou os impactos de variações na taxa de câmbio sobre as demais variáveis econômicas como taxa interna de juros, exportações líquidas, preços internos e valor da produção. Isso se torna ainda mais interessante quando é levado em consideração que no período da análise, de janeiro de 1999 a março de 2007, vigorou um regime de câmbio flutuante. Os resultados apresentados pelas políticas monetária e fiscal nesse regime seriam significativamente diferenciados aos que ocorreriam em um regime de câmbio controlado, que vigorou, praticamente, nos últimos cinqüenta anos na economia brasileira. Contudo, o mercado cambial brasileiro pode apresentar alguns vieses que seriam gerados, por exemplo, pela existência de um prêmio de risco cambial significativamente volátil, a ocorrência de erros e/ou desvios das expectativas racionais e a desconsideração da simultaneidade entre a taxa interna de juros e a taxa de câmbio. Sendo assim, verificou-se a existência de cada um desses vieses, concluindo que apenas o viés de simultaneidade ocorreu no período. Esse resultado, aliado ao de que os agentes do mercado de câmbio brasileiro formam suas expectativas racionalmente, possibilitou concluir que, ao considerar a simultaneidade entre a taxa de câmbio e a taxa interna de juros, o mercado cambial brasileiro estaria sendo eficiente no período analisado. Para eliminar o viés de simultaneidade foi utilizada a metodologia de equações simultâneas, valendo-se do estimador de Mínimos Quadrados em Dois Estágios (MQ2E). Em suma, o resultado referente à verificação de viés no mercado de câmbio possibilitou concluir que o prêmio de rico cambial existe, no período da análise, mas, ele não varia significativamente a ponto de influenciar a determinação da taxa de câmbio. Além disso, não foi possível rejeitar a hipótese de que os agentes do mercado de câmbio agem de forma racional. Mesmo ocorrendo intervenções governamentais nesse mercado, comprovado pela estimativa de um índice de intervenção para período analisado, as informações referentes à essas intervenções foram assimiladas pelos agentes de modo a eliminar esse viés. Restou apenas o viés de simultaneidade, eliminado pela estimação por MQ2E. Incorporando a informação da simultaneidade, foi estimado um modelo monetário contendo as equações da paridade descoberta dos juros, do equilíbrio no mercado de moeda e de bens, da paridade do poder de compra e das exportações líquidas, para o período de janeiro de 1999 a março de 2007. A partir daí foram realizadas simulações que possibilitaram concluir que variações na taxa de câmbio afetam significativamente o nível da taxa interna de juros, das exportações líquidas e, consequentemente, da produção brasileira. Além disso, foi possível observar que as políticas monetárias, representada por variações na taxa de juros, tiveram maior influência sobre a produção do que políticas fiscais. O trabalho possibilitou verificar também que, embora as exportações líquidas tenha sido a grande responsável pelo crescimento da economia brasileira no período, seus efeitos foram praticamente anulados pelas altas taxas de juros praticadas e, que pequenas reduções nos juros internos são capazes de gerar um estímulo consideravelmente maior sobre o crescimento da produção, se comparado com variações de mesma magnitude sobre as exportações líquidas.