Desempenho e exigências nutricionais de bovinos alimentados com dietas contendo diferentes níveis de cálcio e fósforo
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Mestrado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5751 |
Resumo: | O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o consumo, a digestibilidade e o desempenho de bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês, alimentados com três níveis de cálcio e fósforo na dieta; estimar as exigências nutricionais de energia e proteína de bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês, não castrados; e testar equações para predição da composição química corporal da carcaça, dos componentes não-carcaça e do corpo vazio obtidas por Hankins & Howe (1946) e pelo BR-CORTE (2006 e 2010), a partir da seção compreendida entre a 9ª e a 11ª costelas. No capítulo 1 objetivou-se avaliar os consumos de matéria seca (CMS) e dos nutrientes, o ganho médio diário, as digestibilidades, o rendimento de carcaça e a área de olho de lombo de animais cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês, alimentados com três níveis de cálcio e fósforo. Foram utilizados 40 bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês, não castrados, com peso inicial de 214±4 kg e idade média de 11±0,2 meses. Quatro animais foram abatidos para compor o grupo referência e os 36 animais alimentados à vontade foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 × 3, sendo três níveis de cálcio e fósforo (baixo, médio e normal) e três períodos de confinamento (56, 112 ou 168 dias) com quatro repetições. As dietas foram isoprotéicas (126,1 g/kg) e constituídas de silagem de milho e concentrado, na relação de 60:40 na base da matéria seca. Para avaliar as digestibilidades foram utilizadas coletas totais de fezes obtidas durante três dias consecutivos, no final de cada período de confinamento. Não houve interação significativa entre níveis de cálcio e fósforo e períodos de confinamento para nenhuma das variáveis avaliadas. Os consumos de matéria seca (CMS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), matéria orgânica (MO), carboidratos não fibrosos (CNF), cálcio (Ca) e fósforo (P), quando expressos em kg/dia ou g/dia, foram maiores (P<0,05) para os animais que permaneceram mais dias confinados e quando o CMS foi representado em função do peso corporal (PC), houve redução (P<0,05) nos animais que permaneceram mais tempo confinados. O consumo de Ca foi influenciado pelo nível deste na dieta (P<0,05), sendo maior nos animais alimentados com nível normal desse mineral na dieta. As digestibilidades dos nutrientes não foram afetadas (P>0,05) por nenhum dos fatores estudados. O ganho de peso médio diário (GMD) dos animais não foi influenciado (P>0,05) por nenhum dos fatores estudados. Os rendimentos de carcaça quente e frio (RQC e RCF) foram menores (P<0,05) para animais que permaneceram menos tempo confinados. Conclui-se que os níveis dietéticos de cálcio e fósforo recomendados pelo BR-CORTE (2010) para confinamento de bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês podem ser reduzidos, respectivamente, em 50 e 20%. No capítulo 2 objetivou-se determinar as exigências nutricionais de energia e proteína para mantença e ganho de peso de bovinos machos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês não castrados, bem como suas eficiências. Foram utilizados 50 bovinos cruzados não castrados, com peso inicial de 214±4 kg e idade média de 11±0,2 meses. Os animais foram divididos em: quatro para referência, dez para o grupo mantença e 36 animais alimentados à vontade que foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 × 3, sendo três períodos de confinamento (56, 112 ou 168 dias) e três níveis de cálcio e fósforo (baixo, médio e normal) na dieta. Quatro dos animais mantença foram encaminhados ao laboratório de metabolismo e calorimetria da UFMG para medição da produção de calor através da respirometria. As dietas foram constituídas de silagem de milho e concentrado (60:40), sendo isoprotéicas (126,1 g/kg). Após os abates foram obtidas duas amostras compostas para cada animal, denominadas carcaça e não-carcaça. As exigências de energia líquida (ELm) e metabolizável para mantença (EMm) foram obtidas relacionando a produção de calor (PC) e o consumo de energia metabolizável (CEM), enquanto que as exigências de energia para ganho (ELg) e as exigências líquidas de proteína para ganho (PLg) foram obtidas em função do peso de corpo vazio (PCVZ) e do ganho de peso de corpo vazio (GPCVZ). As exigências de ELm e EMm foram,respectivamente, 68,9 e 90,1 kcal/PCVZ0,75/dia. A km foi de 76%. A exigência de ELm obtida na câmara respirométrica foi de 85,5 kcal/kg0,75. As equações obtidas para ELg e PLg foram: ELg (Mcal/dia) = 0,0505±0,000986 × PCVZ 0,75 × GPCVZ 1,095 e PLg (g/dia) = 162,79±18,2546 × GPCVZ 1,30±5,3010 × ER. As eficiências para deposição de gordura e de proteína foram de 70% e 15%. Conclui-se que as exigências de ELm e EMm para bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês não castrados são de, respectivamente: 68,9 e 90,1 kcal/PCVZ0,75/dia; e que as exigências de ELg e PLg podem ser obtidas pelas respectivas equações: ELg (Mcal/dia) = 0,0505±0,000986 × PCVZ 0,75 × GPCVZ 1,095 e PLg (g/dia) = 162,79±18,2546 × GPCVZ 1,30±5,3010 × ER. No capítulo 3 objetivou-se testar as equações para predição da composição corporal propostas por Hankins & Howe (1946) e pelo BR-CORTE (2006 e 2010) a partir da seção compreendida entre a 9ª e 11ª costelas para bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês não castrados. Foram utilizados 46 bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês não castrados, com peso inicial de 214±4 kg e idade média de 11±0,2 meses. As dietas foram constituídas de silagem de milho e concentrado (60:40), sendo isoprotéicas (126,1 g/kg). Após os abates, foi retirada a seção compreendida entre a 9ª e 11ª costelas da carcaça direita, e realizada sua completa dissecação. Da mesma forma, foi realizada a dissecação completa da carcaça direita do animal. Foram também avaliados o peso de corpo vazio, rendimento de carcaça, porcentagens de gordura visceral e órgãos e vísceras e a composição dos componentes químicos da carcaça, não carcaça e do peso de corpo vazio. As avaliações comparativas da eficiência de predição entre os modelos foram feitas por intermédio da estimativa do quadrado médio do erro da predição e seus componentes, pelo coeficiente de correlação e concordância (CCC) e pela distribuição dos erros de predição. As equações propostas pelo BR-CORTE (2006) estimaram adequadamente a proteína bruta e a água da carcaça e o extrato etéreo e a água do corpo vazio. As equações propostas pelo BR-CORTE (2010) estimaram adequadamente a proteína bruta e o extrato etéreo da carcaça e a proteína bruta do corpo vazio. As equações propostas por Hankins & Howe (1946) estimaram adequadamente apenas a proteína bruta da carcaça. Foram geradas novas equações para a predição da composição química dos componentes não-carcaça. Conclui-se que as equações propostas pelo BR-CORTE (2010) estimam adequadamente a proteína bruta e o extrato etéreo da carcaça e a proteína bruta do corpo vazio de bovinos cruzados; e que as equações propostas pelo BR-CORTE (2006) estimam adequadamente a proteína bruta e a água da carcaça e o extrato etéreo e a água do corpo vazio. As equações propostas para estimar a composição química dos componentes não carcaça para bovinos cruzados ¾ Zebu × ¼ Holandês foram: PBNC = 15,55 + 0,11 × PBSEC + 0,004 × PCVZ; EENC = 8,47 + 0,11 × EESEC + 2,99 × GV 0,74 × OV e ANC = 60,31 + 0,25 × ASEC 1,97 × GV. |