Ensino superior a distância como possibilidade de ascensão da mobilidade intergeracional: caso das mulheres mineiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rossi, Thalita Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Economia Doméstica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29768
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.158
Resumo: Com a criação do Sistema UAB, por meio do Decreto n° 5.800, de 8 de junho de 2006, as mulheres que nasceram em uma família vulnerável, com baixa escolaridade, poucos empregos ativos acumulados e residentes em ambientes desfavoráveis passaram a ter maior acesso ao ensino superior público, aumentando sua participação nas IES e nos mais diferentes segmentos da sociedade, redefinindo a fronteira patriarcal, já que deixaram de restringir suas vidas ao casamento e aos filhos. Nesse contexto, objetivou-se analisar o grau de mobilidade intergeracional de educação considerando a experiência das egressas que concluíram ou desistiram dos cursos de Licenciatura em História e em Matemática a distância, na Universidade Federal de Viçosa, vinculada ao Sistema UAB. Optou-se pela associação entre as abordagens metodológicas, quantitativa e qualitativa. Os dados quantitativos permitiram traçar um perfil sociodemográfico das egressas, por meio do Questionário de Pesquisa Socioeconômico, da Pró-Reitora de Ensino, aplicado aos estudantes quando ingressaram nos cursos em 2011. O processo de tratamento e análise dos dados foram obtidos por meio do programa estatístico STATA. Os dados qualitativos possibilitaram compreender histórias reais de perseverança e vontade de alcançar mais estudo, formação, oportunidades e espaço no mercado de trabalho. Dentre os principais resultados constatou-se que o acesso, permanência e conclusão, das mulheres com mais de 25 anos, nos referidos cursos são uma realidade concreta, em que a média de idade variou de 31 a 40 anos; predominantemente elas possuíam jornadas triplas ou quádruplas, de casa-família-trabalho-estudos, o que fez com que a maioria evadisse dos cursos; mas maioria das concluintes superaram o nível de escolaridade de seus pais, e promoveram a ascensão da mobilidade intergeracional de educação. O rendimento médio da maior parte delas era de até 2 salários mínimos quando ingressaram no curso, e com a diplomação chegaram à até 4 salários. Diante das histórias compartilhadas, concluiu-se que as motivações de inserção nos cursos estão atreladas a presença do polo UAB, no próprio município ou em municípios vizinhos. Os conflitos em equilibrar as atividades acadêmicas com trabalho-família, ressaltam a importância de redes de apoio familiar. As possibilidades de inserção laboral foram na carreira docente, área que mais se sobressaiu e possibilitou rendimentos salariais maiores. Por fim, ressaltou-se que é de extrema importância que políticas públicas, como o Sistema UAB, promovam mais parcerias entre as prefeituras municipais de todo o Brasil e as IES, visando oportunizar o acesso ao ensino superior público não apenas de mulheres, mas das pessoas com baixa renda, com deficiência, residentes em ambientes desfavoráveis, e que ainda não tiveram a oportunidade de iniciar uma graduação ou de permanecer estudando até a conclusão, e assim, tornar a educação um bem universal e uma ferramenta de libertação ao desenvolvimento humano e social. Palavras-chave: Mobilidade Intergeracional. Mulheres no Ensino Superior Público. Graduação a Distância.