Realidades produzidas nos cotidianos de uma república estudantil feminina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Araújo, Ludmilla Carneiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/24516
Resumo: As repúblicas estudantis são espaços relacionais que vitalizam o cotidiano de muitas cidades universitárias, especialmente a cidade de Viçosa. Esta, desde a criação da Universidade Federal de Viçosa (então Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais – ESAV) na década de 1920, traz consigo um movimento de abrigar discentes em um sistema de moradia compartilhada que ganhou o nome de “república”. Este trabalho, portanto, teve como objetivo seguir e mapear algumas produções de realidades tecidas em uma república feminina da cidade de Viçosa/Minas Gerais, composta por estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) vindas de diferentes partes do Brasil. A partir das considerações de Guattari, Rolnik (2010), Elias (1992) e Spinoza (2009), sustentei nesta investigação que as realidades são antes de tudo dimensões relacionais, sendo produzidas na dinâmica plural dos encontros e das produções de subjetividade. Para seguir tais realidades produzidas, apoiei-me na construção de narrativas a partir dos afetos que emergiram das cenas que me afetaram quando do meu habitar, pelo período de um mês, uma república feminina que apoiava festas estudantis. Nesse sentido, realizei uma pesquisa de intenção cartográfica, construindo narrativas por meio das conexões que iam se tramando no cotidiano desta república, das histórias contadas pelas moradoras, dos momentos que passamos juntas e das festas que participamos. Para isso segui as tramas relacionais tecidas em meu conviver e fiz uso do caderno de campo para registro das narrativas. Seguindo as conexões relacionais ativadas no viver cotidiano da/na república, vi sustentada a minha hipótese de que tanto na república quanto nas festas por ela apoiadas/organizadas acontecem produções de conhecimentos, de currículos praticados no convívio que interferem para a formação dessas estudantes. São conhecimentos que surgem no construir diário das relações, onde questões sobre sexualidade, prazer, organização do convívio, exercício de limites, consideração pela diferença que a presença do outro exerce nos espaços de partilha..., tudo isso surge como fatores que compõem experiências existenciais. As cenas que emergiram no convívio na república e nas festas também me levaram a discussões sobre moral, ética, religião, construções de gênero, feminilidades, currículos, amizade, cooperação, diferença, dentre outros. Contudo, não pretendi totalizar e/ou esgotar as discussões, apenas indicar possíveis caminhos argumentativos no seguir os fios de afetos que me ativaram. Acredito que muitas outras trajetórias argumentativas poderiam e ainda podem ser feitas envolvendo outros elementos que fluam a partir dos encontros.