Políticas de avaliação em larga escala e suas implicações para o trabalho docente em escolas públicas de Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vieira, Raquel Arrieiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6591
Resumo: Este trabalho investigou as implicações de uma política de avaliação externa, Prova Brasil, no trabalho docente desenvolvido por professores do 5° ano do ensino fundamental de escolas públicas do município de Viçosa-MG. Diante disso, nos propusemos compreender a relação que o professor estabelece com a avaliação externa, com o seu trabalho de selecionar conteúdos (Português e Matemática), as metodologias de ensino e formas de avaliar, identificando, assim, os efeitos dos resultados da Prova Brasil e do IDEB na prática pedagógica desses profissionais. Mapeamos, também, o trabalho que vem sendo realizado pela Superintendência Regional de Ensino (SRE) sobre as avaliações externas, buscando compreender se as ações desenvolvidas junto às escolas são compartilhadas pelos docentes e especialistas. O lócus desta investigação foram três escolas públicas (duas municipais e uma estadual) e o órgão de gestão estadual. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizamos roteiros de entrevistas com perguntas criadas em função de duas categorias: “avaliação externa” e “trabalho docente”. Na análise dos dados, utilizamos a técnica “análise de Prosa”, delineada por André (1983), que nos permitiu compreender os significados e mensagens implícitas nas falas dos profissionais da educação básica sobre o trabalho docente no contexto das avaliações externas. Os resultados da pesquisa apontam que: as docentes têm o seu campo de atuação modificado pelas avaliações externas, pois elas trabalham em um contexto desfavorável, com sobrecarga de tarefas a serem desempenhadas, delineando, assim, uma nova lógica no seu ofício; os cursos de formação continuada, apesar de existirem, não conseguem atingir situações da prática cotidiana, pois os temas abordados nesses cursos não dão voz ao professor, sendo desenvolvidos de acordo com o que a SRE observa nas escolas e com questões que colaboram para a maior defasagem nos resultados das avaliações. Assim, percebe-se que as políticas de avaliação educacional mais exigem dos professores em termos de desempenho de seus alunos, do que proporcionam ao docente uma boa condição de trabalho.