Demanda de Nitrogênio e eficiência agroambiental na produção brasileira de cereais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Elizângela Aparecida dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28266
Resumo: As mudanças climáticas vêm se intensificando e, ao mesmo tempo, espera-se que até 2050 a população mundial atinja aproximadamente 10 bilhões de pessoas, aumentando assim a demanda por alimentos, fibras e energia. Para abastecer a população crescente é preciso aumentar a produtividade agrícola. Os cereais são o grupo alimentar de maior consumo e demanda futura. Dentre os nutrientes mais requeridos por este grupo, destaca-se o Nitrogênio, importante para o aumento das taxas de produtividade. O Nitrogênio chega até a cultura por meio da fixação biológica natural ou química, adubados organicamente ou adicionados pelos fertilizantes sintéticos nitrogenados. No Brasil a produção de cereais utiliza grandes quantidades de fertilizantes sintéticos. Entretanto, doses inadequadas podem levar à perda de eficiência de seu uso e a consequências econômicas e ambientais negativas. O uso excessivo de nitrogênio pode levar a perdas de produção, geração de custos desnecessários e prejuízos. Ademais, elevam-se as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), principalmente o Óxido Nitroso (N 2 O). Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi analisar os principais fatores que explicam a demanda por fertilizantes nitrogenados sintéticos no Brasil, bem como a eficiência de seu uso na produção de cereais. Além disso, a pesquisa procurou relacionar o uso de fertilizantes com as emissões de N 2 O. A demanda foi estimada pelo método de Mínimos Quadrados em Dois Estágios (MQ2E). Calculou-se a Eficiência de Uso de Nitrogênio (EUN) por meio de um índice agroambiental. As emissões de N 2 O foram estimadas com base no uso de fertilizantes sintéticos aplicados na produção de cereal. Os principais resultados indicam que houve crescimento da produção brasileira de cereais em 56% e consumo de fertilizantes na produção cerealífera em 59% nos últimos 25 anos (1994 a 2018). A demanda de nitrogênio responde positivamente ao preço e produção de cereais e uso passado de fertilizantes. A EUN calculada apresentou valor médio de 53%, indicando uso excessivo de N. As emissões oriundas da fertilização nitrogenada cresceram 3,74% ao ano no período de análise. As taxas crescentes e/ou inadequadas de uso de fertilizantes se traduziram em ineficiência agroambiental, ou seja, em decrescimento da EUN e aumento das emissões de N 2 O. Políticas públicas que garantissem mais assistência técnica agrícola e formas alternativas e racionais de uso de nitrogênio poderiam contribuir para otimizar as doses sintéticas aplicadas na produção, minimizando os efeitos ambientais, sem gerar prejuízos econômicos aos agricultores e climáticos à sociedade como um todo. Palavras-chave: Nitrogênio. Demanda de fertilizante. Eficiência. Emissão de Óxido Nitroso.