Interface da caracterização morfológica de lesões causadas por larvas de Taenia saginata com o diagnóstico da cisticercose bovina
Ano de defesa: | 2012 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de Mestrado em Medicina Veterinária UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5100 |
Resumo: | A cisticercose bovina é uma doença de caráter zoonótico que acarreta prejuízos tanto de ordem sanitária quanto de ordem econômica. Essa pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de conhecer melhor as características macroscópicas e microscópicas relacionadas à implantação dos cisticercos e a evolução imunológica da doença, bem como avaliar o desempenho do imunoensaio ELISA no diagnóstico de bovinos com infecção natural e experimental, através da administração oral de ovos de Taenia saginata. Os trabalhos de campo com os nove animais infectados experimentalmente envolveram coleta mensal de sangue nos intervalos de 30 dias, sendo que a partir de 120 dias pós-infecção um animal era abatido a cada 30 dias para realizar o exame anátomo-patológico e proceder com a coleta de cisticercos. As amostras dos animais naturalmente infectados foram obtidas através da coleta em matadouro-frigorífico comercial. Com relação à localização muscular dos cisticercos no grupo 1 (animais experimentalmente infectados), os sítios inspecionados rotineiramente predominantes de ocorrência foram o coração (37,7%), músculos mastigatórios (17,1%) e língua (2,3%). Em relação aos cortes comerciais estudados, foram encontrados os valores de 8,2% de cisticercos no acém, 6,6% na paleta, 6,2% no contra-filé e 5,8% na alcatra. Os outros tecidos não inspecionados rotineiramente que apresentaram cisticercos foram o diafragma, fígado e o esôfago, com 2,7%, 12,0% e 1,2% dos cisticercos totais. Houve predominância de cisticercos inviáveis nos músculos mastigatórios (77,3%), seguidos de 76,3% na musculatura do coração e 71,0% do fígado e na língua (50%). Os cisticercos viáveis predominaram na alcatra (80,0%), diafragma (71,4%) e esôfago (66,7%). Nos sítios de predileção dos animais naturalmente infectados, foram encontrados 61,78% dos cisticercos totais no coração, seguido dos músculos mastigatórios (38,21%) e fígado (10,19%). Em relação à viabilidade, o fígado apresentou 87,5% de cisticercos inviáveis, seguidos da língua com 66,7%, coração 63,2%, entretanto nos tecidos mastigatórios foi encontrada a maior frequência de cisticercos viáveis (68,3%). Dos nove animais estudados, cinco apresentaram a cinética de produção de anticorpos contra os cisticercos de forma semelhante quando mensurados a produção de anticorpos da classe IgM e IgG, constituindo-se o grupo 1. O pico de produção de anticorpos do grupo 1 ocorreu no período de 0-30 dias pós-infecção seguido de um declínio natural, mantendo-se detectável até o final do estudo, no entanto os outros dois grupos contendo dois animais cada apresentaram a cinética de produção de anticorpos diferente do grupo 1, sendo que, o grupo 2 não apresentou resposta imunológica contra os antígenos secretados pelos cisticercos e o grupo 3 apresentou resposta tardia à presença dos cisticercos. Em relação à produção média de IgG1 para todos os grupos, foi possível detectar elevação dos níveis de anticorpos a partir de 30 dias pós-infecção, tendo-se o pico de produção aos 270 dias e IgG2 aos 60 dias. Já em relação à resposta celular hospedeiro-parasito, foi possível observar que no caso de cisticercos viáveis estavam presentes em sua maioria células inflamatórias, e no caso de cisticercos inviáveis a presença de células reparadoras de tecido, sendo também correlacionada a quantidade de corpúsculos calcáreos com o estádio de morte do parasito. Com relação ao desempenho do teste ELISA frente a animais infectados naturalmente e experimentalmente utilizando o ponto de corte 1 (calculado a partir de amostras de animais negativos para a cisticercose durante inspeção de rotina em matadouro-frigorífico) e ponto de corte 2 (amostras de animais negativos para a cisticercose criados em isolamento) adicionados de 2 desvios-padrão (SD), a sensibilidade do teste foi de 12% e 24,4%. Ao utilizar o ponto de corte 1 e 2 adicionados de 3 SD a sensibilidade ficou em 1,99% e 14,4%, respectivamente. Já para as amostras de animais experimentalmente infectados utilizando o ponto de corte 1 e 2 adicionados de 2 SD a sensibilidade ficou em 55,9% e 92,5% e, adicionando 3 SD foram encontrados os valores de 31,2% e 86%. A especificidade do teste em todas as situações testadas ficou em 100%. A combinação desses resultados deve ser valorizada no diagnóstico da cisticercose bovina por meio do teste ELISA sugerindo sua utilização em associação com o teste anátomo-patológico realizado rotineiramente em matadouros-frigoríficos. |