Eficiência técnica e de escala das cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza, Uemerson Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Mestrado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/25
Resumo: O cooperativismo agropecuário brasileiro ao longo dos anos passou por transformações que influenciaram significativamente o rumo dos negócios praticados pelas cooperativas. Cooperativas de muitos estados experimentaram mudanças em seu foco de atuação, passaram a atuar em novas bases produtivas e seguindo a tendência dos mercados direcionaram suas atividades para o processamento e comercialização de produtos agrícolas que proporcionassem maiores níveis de retorno de suas atividades. No entanto, as mudanças não ocorreram apenas em termos de foco dos negócios, mas também nos processos de produção industrial, no perfil da gestão das cooperativas e nas estratégias para se tornarem mais competitivas. Tais transformações ocorreram como resposta ao aumento da concorrência entre as empresas do agronegócio, às exigências dos mercados internacionais e da necessidade de se tornarem mais eficientes, como forma de garantir a longevidade dos negócios cooperativos. Nesses aspectos, foram selecionadas as cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná, que a partir da forte tradição agrícola do Estado experimentaram novas experiências em termos de gestão, modernização tecnológica, crescimento de participação de mercado e também as barreiras existentes ao desenvolvimento de tais cooperativas no Brasil. Dessa forma, buscou-se analisar os níveis de eficiência técnica e de escala, além dos fatores que conferem maior eficiência a tais cooperativas. A investigação da eficiência e de seus determinantes faz-se relevante, pois as cooperativas agropecuárias no Brasil enfrentam grandes desafios em termos de financiamento de suas atividades e também pelas políticas de financiamento de seus cooperados, que de certo modo influenciam significativamente em seu desempenho operacional. Portanto, a proposta deste estudo foi identificar a relação entre eficiência e as necessidades de financiamento das cooperativas agropecuárias paranaenses, como forma de avaliar a capacidade de expansão de suas atividades e os fatores que diferenciavam as cooperativas mais eficientes. Como suporte teórico, utilizaram-se os conceitos de eficiência e de gestão financeira, os quais refletem os aspectos técnicos e financeiros das cooperativas. Foram pesquisadas 49 cooperativas agropecuárias do Estado do Paraná, amostra que representou 62% do total de cooperativas do Estado. Os dados financeiros levantados corresponderam ao período de 2006. A metodologia utilizada para mensurar a eficiência foi análise envoltória de dados (DEA) e para identificar os fatores que diferenciam as cooperativas mais eficientes foi empregada a técnica de análise discriminante. A análise foi feita de forma global e estratificada, como forma de mensurar a eficiência das cooperativas conjuntamente e também de acordo com seus respectivos tamanhos. Desse modo, a partir da análise estratificada verificou-se que as cooperativas consideradas de grande porte apresentaram maiores níveis de eficiência em relação às cooperativas menores. A segunda inferência realizada foi de que as cooperativas superutilizam suas unidades de produção, sendo necessária a realização de investimentos em sua capacidade produtiva, especificamente em termos de redimensionamento das plantas produtivas, construção de novas unidades e modernização tecnológica. Após a mensuração dos níveis de eficiência, buscou-se analisar os fatores financeiros que diferenciavam os grupos de cooperativas eficientes e não eficientes. A partir da discriminação, identificou-se que as cooperativas mais eficientes são aquelas que possuíam maior nível de capital de giro, apresentaram maior rentabilidade de suas vendas, de seus investimentos e também de seu patrimônio líquido. Além disso, as cooperativas classificadas pelo modelo como eficientes apresentaram maior necessidade de capital de giro e possuíam menores prazos para pagamento de suas obrigações. Em síntese, a realidade identificada mostrou que as cooperativas agropecuárias paranaenses avançaram em termos de maior retorno de suas operações; no entanto, estas buscaram capital de terceiros de longo prazo para financiar seus investimentos produtivos e também necessitavam de maior nível de capital de giro para financiar suas operações de curto prazo, que são caracterizadas principalmente pelo financiamento das atividades de seus cooperados. Para que as cooperativas consigam avançar de forma ainda mais significativa, é necessária a formulação de políticas de financiamento mais bem definidas (considerando o montante de capital próprio e de terceiros), manutenção de maior nível de capital de giro e o ajustamento de suas políticas de crédito ao perfil de cada cooperativa.