Moraceae Gaudich. de Viçosa, Minas Gerais, Brasil: florística e anatomia foliar de Ficus mexiae Standl
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2506 |
Resumo: | O presente trabalho consiste no estudo florístico das espécies de Moraceae do município de Viçosa, da anatomia foliar e caracterização histoquímica de Ficus mexiae Standl., comparando com os dados anatômicos da literatura de F. enormis (Miq.) Miq., espécie próxima de F. mexiae. O município de Viçosa está localizado na região Sudeste do Brasil, no estado de Minas Gerais, na região da Zona da Mata, ocupando uma área de 300 km2, compondo a microrregião de Viçosa. A vegetação é de Floresta Estacional Semidecidual, distribuída na forma de pequenos fragmentos florestais confinados no alto dos morros e em terrenos de grande declividade. As coletas foram realizadas quinzenalmente no período de janeiro de 2007 a outubro de 2008. Todo o material coletado foi herborizado seguindo as técnicas usuais e incorporado ao acervo do herbário VIC, do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa, e duplicatas foram enviadas para os herbários R, RB e GFJB. Na identificação das espécies utilizou-se a literatura especializada, consulta aos herbários e visita aos especialistas. Identificou-se 31 espécies entre nativas e exóticas, inseridas nas subfamílias Moroideae e Cecropioideae, englobando 12 gêneros. Moroideae foi representada por 25 espécies: Ficus 15 spp., Brosimum e Sorocea 2 spp. e Artocarpus, Clarisia, Dorstenia, Helicostylis, Maclura e Morus representados por uma espécie cada. Cecropioideae foi representada por 6 espécies: Cecropia 3 spp., Coussapoa 2 spp. e Pourouma 1 sp. A maioria das espécies apresentou hábito arbóreo, Ficus e Coussapoa podem apresentar hábito hemiepífitico na fase inicial, Ficus pumila L. apresenta hábito trepador e Dorstenia é o único gênero de hábito herbáceo. F. mariae C.C. Berg, Emygdio e Carauta, F. obtusiuscula (Miq.) Miq., F. organensis (Miq.) Miq. e F. trigona L.f. representam quatro novas citações de ocorrências para o município. Brosimum glaziovii Taubert e Dorstenia bonijesu Carauta & C. Valente estão em perigo de extinção (EN), enquanto que Ficus mexiae, Coussapoa floccosa (Schott) Rizzini, Sorocea guilleminiana Gaudich e S. bonplandii W.C. Burger, Lanj. & Wess. Boer estão na categoria vulnerável (VU) de acordo com a classificação da IUCN. São apresentadas chaves para determinação das espécies, além de descrições, ilustrações botânicas e categoria conservacionista. Para caracterização anatômica de F. mexiae, amostras de folhas foram fixadas em FAA50 por 24 horas e, em formalina 4% em sulfato ferroso 10% por 48 horas e estocado em etanol 70% para caracterização estrutural. Amostras do limbo e do pecíolo, nas regiões proximal, mediana e distal, foram desidratadas em série etílica, incluídas em metacrilato, cortadas em micrótomo rotativo com 5 µm de espessura, coradas com azul de toluidina e montadas sob lamínula com resina sintética. A diafanização e a dissociação de epiderme foram realizadas para o estudo da superfície foliar. Para os testes histoquímicos, amostras frescas da região mediana do pecíolo e do limbo foram seccionadas em micrótomo de mesa e submetidas a diversos corantes e reagentes. As amostras destinadas à microscopia eletrônica de varredura foram fixadas em FAA50 e submetidas ao processamento usual para este tipo de análise. A folha de F. mexiae é hipoestomática com a epiderme uni ou bisseriada, recoberta por cutícula espessa, tricomas do tipo tector ou glandular e estômatos do tipo anomocítico. Mesofilo dorsiventral com parênquima paliçádico bisseriado e parênquima lacunoso de aspecto miceliforme. Litocistos dispostos em ambas as faces e idioblastos e laticíferos distribuídos entre as células parenquimáticas das nervuras, do pecíolo e da bainha do feixe vascular. Bordo de curvatura bem acentuada, com presença de cristais. Pecíolo de formato reniforme e sistema vascular do tipo colateral. O tecido de sustentação é formado por colênquima do tipo anular. Análise histoquímica indicou a presença de compostos fenólicos, taninos e alcalóides em laticíferos e idioblastos, e apenas nos laticíferos foram encontrados lipídios, terpenos e partículas de borracha. Aspecto miceliforme do parênquima lacunoso e colênquima do tipo anular representam as principais características anatômicas que distinguem F. mexiae de F. enormis. |