Extrativismo mineral e crescimento econômico em municípios do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Vieira, Renata Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9000
Resumo: O setor extrativo mineral sempre foi importante na formação do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais. Entre os recursos minerais que mais geram arrecadações tributárias estão o minério de ferro e o ouro, estando mais concentrados na região denominada de Quadrilátero Ferrífero (QF). Os municípios localizados no QF possuem íntima relação com a atividade extrativa mineral tanto com relação a sua origem quanto a geração de renda e emprego. Como os recursos explorados nesta região estão se exaurindo, observa-se quedas significativas do número de empregos na indústria extrativa mineral em virtude do fechamento das minas. Com base nessa constatação, este trabalho teve como objetivo analisar o processo de crescimento econômico dos municípios do QF nas últimas décadas. Para tanto, realizou-se o cálculo do quociente locacional do setor terciário, em nível municipal, para verificar o grau de influência que os municípios possuem entre si, no sentido de exportar (importar) bens e serviços. Além disso, foi feita a análise do dinamismo setorial municipal quanto à geração de empregos, classificando-os conforme proposto pelo método diferencial- estrutural. Por fim, utilizou-se a análise de correlação das características estruturais da região, de modo a observar o grau de associação existente entre as mesmas. Os principais resultados encontrados revelam que os municípios mineradores que exportam bens e serviços para seus vizinhos não apresentaram modificação significativa de sua estrutura produtiva, fazendo com que o crescimento do emprego, embora positivo, fosse menor do que o esperado. As atividades que mais empregaram não conseguiram absorver a mão-de-obra advinda da mineração por causa da falta de qualificação dos mineiros. A experiência adquirida nas minas não é suficiente para que estes trabalhadores consigam novo emprego. O grau de associação das características foi baixo, sendo que a qualidade da mão-de-obra foi um dos fatores positivos para a região. Pela análise desenvolvida, conclui-se que, apesar de possuir um setor terciário altamente desenvolvido e uma estrutura produtiva dinâmica, os municípios do QF não apresentaram crescimento econômico considerável no período de análise, ou seja, a reestruturação produtiva não permitiu a melhor diversificação das atividades econômicas ficando o emprego concentrado em algumas. Ficou evidente que nos centro urbanos mais fortes houve desemprego e que a atividade extrativa, que era tradicionalmente empregadora, agora é poupadora de mão-de- obra. A partir desse cenário, torna-se urgente a adoção de medidas por partes das autoridades locais quanto à (re)qualificação da mão-de-obra, pois as perspectivas de crescimento não são favoráveis a curto prazo. Somente através do aproveitamento das vantagens locacionais e do investimento em atividades diversificadas é que se pode proporcionar melhores condições de vida para a população.