Interações em teias alimentares de ácaros no morangueiro (Fragaria x ananassa)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Fadini, Marcos Antonio Matiello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9994
Resumo: As plantas têm papel ativo no controle do processo de herbivoria pela influência sobre as populações de fitófagos e/ou de inimigos naturais, atuando diretamente sobre o comportamento dos herbívoros ou indiretamente, atraindo populações de inimigos naturais. As investigações dessa tese tiveram como objetivo estudar interações em uma teia alimentar formada pelo morangueiro, Fragaria x ananassa, pelo ácaro-rajado Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), pelo ácaro-vermelho Oligonychus ilicis e pelo predador Phytoseiulus macropilis. Espera-se que tais estudos sirvam de base para a definição de um programa de controle biológico de ácaros fitófagos na cultura do morangueiro em sistemas de produção orgânica ou integrada. No capítulo I, investigou-se a interação direta entre O. ilicis e T. urticae sobre plantas de morangueiro avaliando-se os padrões de escolha de O. ilicis e T. urticae por sítios de alimentação nessas plantas. Duas hipóteses foram formuladas: a primeira, que a escolha por sítios de alimentação estaria relacionada à aptidão das espécies; a segunda, que essa escolha seria determinada pela presença do ácaro heteroespecífico. Essas hipóteses foram testadas avaliando-se a preferência, a biologia e o sucesso reprodutivo de O. ilicis e T. urticae sobre as faces abaxial e adaxial de folhas de morangueiro infestadas ou não pelo heteroespecífico. Os resultados obtidos permitiram discutir a possibilidade de interação entre O. ilicis e T. urticae sobre plantas de morangueiro. No capítulo II, estudou-se em laboratório a resposta olfativa do ácaro predador P. macropilis à planta de morangueiro infestada por T. urticae e/ou por O. ilicis, com o objetivo de avaliar o efeito da infestação simples e múltipla de plantas por ácaros fitófagos sobre a atração do ácaro predador. Hipotetisou-se que, plantas de morangueiro infestadas por mais de uma espécie de ácaro fitófago seriam menos atrativas ao ácaro predador P. macropilis quando exposto aos voláteis da planta. No capítulo III, testou-se a hipótese de que o risco de predação afetaria a escolha por sítios de alimentação. Primeiramente, foi avaliado o desempenho do predador P. macropilis alimentado com adultos e ovos de O. ilicis e T. urticae. Tal informação forneceu indicativos sobre o valor nutricional dessas espécies para o predador. Em seguida, foi avaliada a escolha de T. urticae e O. ilicis por faces de folhas de morangueiro com pistas do predador P. macropilis. Previamente, era conhecido que T. urticae e O. ilicis possuem maior sucesso reprodutivo sobre as faces abaxial e adaxial de folha de morangueiro, respectivamente. Isto devido, provavelmente, à qualidade do alimento nessas respectivas faces foliares. No capítulo IV, testou-se a hipótese que plantas de morangueiro que sofressem infestações prévias por T. urticae seriam capazes de responder às injúrias com maior rapidez em comparação àquelas que não foram atacadas. As plantas que apresentam defesa direta podem reduzir o desempenho dos predadores pela redução da quantidade e qualidade de presas. Nesse caso, haveria um efeito oposto entre defesas diretas e indiretas em plantas de morangueiro. Ou seja, enquanto as defesas diretas reduzem o efeito do ataque dos fitófagos, os predadores, atraídos pelas defesas indiretas, teriam menor disponibilidade de alimento.