História, identidade e memória no assentamento Aruega- MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Zangelmi, Arnaldo José
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Mestrado em Extensão Rural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4219
Resumo: Esse estudo tem como objetivo geral caracterizar elementos motivadores da mobilização social pela reforma agrária no Brasil destacando a especificidade dos trabalhos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), nos vales do Jequitinhonha e Mucurí, do final dos anos 80 até os anos recentes. Além disso, buscou-se compreender aspectos formadores da identidade de grupos engajados em processos de luta pela terra. Nesse sentido, tentou-se discutir a influência das práticas sociais do MST para constituição da história, da identidade e da memória dos integrantes do Assentamento Aruega, situado na cidade de Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha/MG. Esse Assentamento é emblemático pois corresponde à primeira ação de ocupação na luta pela reforma agrária no Estado, ocorrida em 1988. Num primeiro momento, o processo de mobilização social trazido das experiências do MST no sul do País desencadeou, em grande parte dos assentados, a constituição de uma identidade reflexiva, para a qual é possível controlar o futuro por meio da organização de projetos, individuais e coletivos. Essa identidade foi fundamental para várias conquistas em Aruega e permitiu aos camponeses, tanto criticar elementos de sua identidade anterior quanto redimensionar as formas de organização típicas do Movimento, no sentido de dar maior vazão à sua busca de espaços de sociabilidade, vida comunitária e reconhecimento social. Num segundo momento - com a diminuição dos trabalhos de fomento organizativo e a saída dos excedentes e dos principais mediadores do MST - Aruega ficou mais vulnerável à estigmatização do restante de Novo Cruzeiro, acentuando-se, em parte dos assentados, um processo de negociação identitária com tendência à harmonização em relação à política tradicional e aos valores locais. Essa trajetória constituiu focos identitários e memórias distintas, relacionadas tanto com o afastamento do MST quanto com a proximidade cotidiana em relação à cidade de Novo Cruzeiro.