Influência de fatores abióticos na diversidade de espécies do estrato herbáceo-subarbustivo de Cerrado, FLONA de Paraopeba, MG
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2550 |
Resumo: | O Cerrado é formado por um mosaico de fisionomias vegetais que vai desde campos limpos a Cerradões (woodland), onde é possível distinguir perfeitamente duas floras: uma herbáceo-subarbustiva e outra arbustivo-arbórea. Tal mosaico vegetacional reflete a heterogeneidade de condições ambientais, onde as variações em especial no solo e no clima seriam as principais variáveis que influenciam na fisionomia, florística, fitossociologia e na produtividade. Este trabalho objetivou conhecer a estrutura e diversidade do estrato herbáceosubarbustivo de quatro ambientes dentro de um gradiente pedológico e luminoso, bem como avaliar a influência do gradiente de luz e dos aspectos químicos do solo sobre a fisionomia, florística e estrutura da vegetação herbáceo-subarbustiva dos quatro ambientes da FLONA de Paraopeba, MG. Para amostragem da vegetação, foram lançadas 100 parcelas de 1 m2, sendo 25 em cada ambiente, na estação seca e chuvosa, onde foram coletados dados de abundância, diversidade e grau de cobertura, além da coleta de espécies em fenofase fértil através de caminhamento por toda a área de estudo. Foi analisada a estrutura horizontal para toda a FLONA nas estações seca e chuvosa, e ainda a estrutura horizontal em cada ambiente, em cada estação. Utilizaram-se os índices de Shannon e de Pielou para análise de diversidade, e o índice de Jaccard para análise de similaridade florística entre os ambientes. Foram coletadas 40 amostras de solo na profundidade 0-10 cm, sendo 10 amostras em cada ambiente, e analisados seus componentes químicos. Foram tiradas 100 fotografias hemisféricas no centro de cada parcela, voltadas para o norte magnético, e analisadas pelo software GLA 2. A florística geral contemplou 308 espécies e 88 famílias, destas 168 espécies foram coletadas em fenofase fértil. As famílias predominantes foram: Asteraceae, Fabaceae e Poaceae e as formas de vida predominantes foram fanerófita e hemicriptófita. Na análise fitossociológica da estação seca apresentou três espécies a menos que na estação chuvosa, e a abundância e cobertura foram inferiores aos da estação chuvosa. As espécies com maior valor de importância na seca foram: Aristida torta, Qualea sp. 2 e Miconia albicans, enquanto na estação chuvosa foram: Echinolaena inflexa, A. torta e M. albicans. Os quatro ambientes apresentaram estrutura horizontal distinta, especialmente o Cerradão, variando suas espécies de maior valor de importância. Destaque para E. inflexa, A. torta e M. albicans, que figuraram entre os maiores valores de importância várias vezes. Na análise de similaridade, o Cerradão foi o que apresentou menor semelhança florística com as demais áreas. Observou-se a existência de um gradiente de luz ao longo dos quatro ambientes, e correlação positiva entre a abundância e cobertura da vegetação. O solo do Cerradão se diferenciou dos demais, apresentando menor pH, menor acidez trocável, maior teor de MO e maior acidez potencial. Houve a formação de dois grupos, sendo um composto pelas parcelas do Cerradão, e outro pelas parcelas do Cerrado stricto sensu sobre cambissolo e latossolo amarelo. As variáveis que mais influenciaram a distribuição das espécies foram a intensidade luminosa, o pH e a acidez potencial. Observa-se que as condições ambientais de luz e solos do Cerradão são muito diferentes das condições dos demais ambientes, refetindo na baixa similaridade florística e estrutural. Foram registradas diversas espécies antes não conhecidas para a FLONA de Paraopeba, especialmente as de hábito herbáceo-subarbustivo, e estima-se que a diversidade seja maior, em função do impacto que a vegetação herbáceo-subarbustiva sofre atualmente pela extração de minhocuçus na FLONA de Paraopeba. |